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Esquerda francesa ameaça avançar com moção de censura contra Lecornu

A esquerda francesa, incluindo o PS, ameaçou hoje apresentar uma moção de censura contra o novo primeiro-ministro, Sébastien Lecornu, que anunciou hoje algumas propostas para o orçamento para 2026, rejeitando agravar impostos sobre os mais ricos.

Esquerda francesa ameaça avançar com moção de censura contra Lecornu

© Nathan Laine/Bloomberg via Getty Images

Lusa
26/09/2025 20:40 ‧ há 1 semana por Lusa

Mundo

França

O líder da esquerda radical França Insubmissa (LFI), Jean-Luc Mélenchon, apelou de imediato nas redes sociais à apresentação de uma nova moção de censura, apenas duas semanas após a nomeação de Lecornu, que substituiu o centrista François Bayrou, afastado por uma moção de confiança.

 

Já o líder socialista, Olivier Faure, afirmou que estão dispostos a votar a favor dessa moção, defendendo que as declarações do primeiro-ministro "não incluem qualquer esforço" entre os que o seu partido exigia, como o imposto sobre os mais ricos.

"Se hoje nos perguntarem se apoiaremos a moção de censura, apoiaremos", declarou Faure, visivelmente incomodado, ao canal de televisão francês TF1.

Para apoiar o orçamento de 2026, os socialistas defendiam um aumento dos impostos para os mais ricos, mas o primeiro-ministro descartou, numa entrevista ao jornal francês Le Parisien, recuperar o Imposto sobre a Fortuna, abolido pelo Presidente Emmanuel Macron em 2017, ou aplicar a chamada 'taxa Zucman', sobre os grandes patrimónios.

Em alternativa, Lecornu propôs "maior justiça fiscal" através de uma reforma tributária, cujos detalhes ainda não foram revelados, prometendo ainda não apresentar "um orçamento de austeridade ou de retrocesso social".

O chefe do Governo deverá receber os representantes dos grupos parlamentares na próxima sexta-feira, com o objetivo de fazer avançar o orçamento para 2026, que terá de ser aprovado por um Parlamento onde o Executivo não detém maioria.

Antes disso, Lecornu garantiu que planeia nomear o novo executivo antes do início do novo ciclo político, a 01 de outubro, uma vez que o atual se encontra em gestão corrente desde a demissão de Bayrou.

Duas semanas após a sua nomeação, Lecornu assegurou que já tem uma primeira versão dos orçamentos, que os novos ministros deverão comprometer-se a defendê-la e que a entrada de personalidades do PS depende do seu apoio ao Governo.

Lecornu indicou que os novos membros do executivo terão de estar comprometidos com a adoção do orçamento para 2026, ciente de que este terá de passar por uma fase parlamentar onde o Governo não tem maioria, o que obrigará a negociações intensas.

Com 39 anos, Lecornu foi ministro da Defesa em maio de 2022, durante o governo de Élisabeth Borne, e integra o partido governamental Renascimento, desde que foi expulso dos Republicanos em 2017.

Leia Também: PM francês exclui taxar os mais ricos defendendo uma reforma fiscal

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