Um homem de 35 anos foi executado, na quinta-feira, após ter sido condenado à pena de morte por matar a filha de 13 meses da namorada, em 2008, no Texas, Estados Unidos. Na altura, o casal disse que queria fazer um "exorcismo" para expulsar um demónio do corpo da criança.
Segundo a agência de notícias The Associated Press (AP), Blaine Milam, que tinha 20 anos quando foi condenado à pena de morte, foi declarado morto às 18h40 locais, na prisão de Huntsville.
Na sua declaração final, antes de receber uma injeção letal, Milam agradeceu aos seus apoiantes e à capelania da prisão por permitir que reclusos condenados à morte possam aceder a programas religiosos.
"Se algum de vós me quiser voltar a ver, imploro a todos, não importa quem sejam, que aceitem Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador e voltaremos a encontrar-nos", disse da maca da câmara da morte. "Amo-vos a todos. Leva-me para casa, Jesus."
Amora Carson tinha 13 meses quando foi violentamente agredida até à morte. Milan culpou a mãe da criança e sua então namorada, Jesseca Carson, pelo homicídio e alegou que foi ela quem afirmou que a menina estava possuída por um demónio.
Jesseca acabou por ser julgada num processo separado e condenada a prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional por ser cúmplice de Milam. Ambos tinham 18 anos na altura do crime.
Segundo a acusação, o homem espancou a menina, mordeu-a, estrangulou-a e mutilou-a ao longo de 30 horas.
A autópsia revelou que Amara tinha múltiplas fraturas no crânio, como braços, pernas e costelas partidos, bem como inúmeras marcas de dentadas. Durante o julgamento, um médico legisla afirmou que não conseguiu determinar uma causa específica da morte, uma vez que a menina apresentava muitos ferimentos potencialmente fatais.
À AP, o procurador distrital do condado de Rusk, Micheal Jimerson, que atuou no caso em conjunto com o Gabinete do Procurador-Geral do Texas, explicou, em 2019, que as autoridades trataram inicialmente Milam e Carson como pais enlutados.
No entanto, Carson acabou por confessar aos investigadores que Milam lhe disse que Amora estava "possuída por um demónio" porque "Deus estava cansado de ela mentir a Milam".
Também na quinta-feira, Geoffrey West foi executado no Alabama com gás nitrogénio por ter baleado mortalmente um funcionário de um posto de abastecimento de combustível durante um assalto em 1997.
Com estas duas execuções, o número de sentenças de morte executadas nos Estados Unidos desde o início do ano subiu para 33.
Milam foi a quinta pessoa condenada à morte este ano no Texas. A Florida lidera com um recorde de 12 execuções realizadas até à data em 2025, com mais duas agendadas para o estado até meados de outubro.
Sublinhe-se que a pena de morte foi abolida em 23 dos 50 estados norte-americanos, enquanto seis - Arizona, Califórnia, Ohio, Oregon, Pensilvânia e Tennessee - observam uma moratória sobre as execuções por decisão do governador.
Na quinta-feira, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto que insta a procuradora-geral a procurar a pena de morte em Washington, D.C., em todos os casos que correspondam aos "fatores aplicáveis". Com este memorando, Trump procura reativar a pena de morte na capital, que tinha sido abolida em 1981.
Leia Também: Trump assina decreto que pede aplicação da pena de morte em Washington