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Barcelona recebe 150 ministros da Cultura para definir agenda global

Cerca de 150 ministros da Cultura de todo o mundo reúnem-se em Barcelona de segunda a quarta-feira na "maior plataforma mundial" de cooperação em políticas culturais para "estabelecer a agenda global" do setor dos próximos anos.

Barcelona recebe 150 ministros da Cultura para definir agenda global

© Reuters

Lusa
26/09/2025 12:07 ‧ há 5 dias por Lusa

Mundo

UNESCO

A MONDIACULT 2025 é a Conferência Mundial da UNESCO sobre Políticas Culturais e Desenvolvimento Sustentável e realiza-se este ano pela terceira vez, depois de edições no México em 1982 e 2022, sob o mote "libertar o poder da cultura para conseguir o desenvolvimento sustentável".

 

Nos acordos assinados em 2022 e na declaração saída desse encontro, 150 ministros de todo o mundo declararam a cultura "bem público global", pediram à UNESCO (a agência das Nações Unidas para a Educação e Cultura) que a MONDIACULT passasse a realizar-se a cada quatro anos, a partir de 2025, e que se promovesse a inclusão da cultura nos Objetivos de Desenvolvimentos Sustentável (ODS) da ONU, com um objetivo específico, a partir de 2030.

O encontro de Barcelona, em Espanha, em que Portugal será representado pela ministra da Cultura, Margarida Balseiro Lopes, arranca precisamente com a apresentação, na segunda-feira, do primeiro "Relatório Global da UNESCO sobre Políticas Culturais -- Cultura: O ODS que falta".

Na informação oficial já divulgada, a UNESCO destaca que a MONDICULT é "a maior plataforma global para o diálogo e a cooperação em matéria de políticas culturais" e que a edição de 2025 vai "analisar o progresso" dos acordos e compromissos assumidos em 2022 na Cidade do México e "moldar respostas coletivas aos desafios e oportunidades emergentes para o setor cultural e criativo".

Não se tratará "só de partilhar ideias, mas de preparar o que vem, a agenda futura", disse o diretor-geral adjunto para a Cultura da UNESCO Ernesto Ottone, numa apresentação da conferência no início deste mês.

A MONDIACULT 2025, sublinha a UNESCO, vai levar a Barcelona milhares de pessoas para "estabelecer a agenda global da cultura nos próximos anos" e quer reafirmar "a cultura como um bem público global e uma base para o desenvolvimento inclusivo, sustentável e baseado em direitos, estabelecendo as bases para a sua plena integração na agenda global pós-2030", num momento em que está a ser fechada a próxima estratégia de desenvolvimento das Nações Unidas.

A conferência centra-se nas "seis áreas prioritárias" definidas pela MONDIACULT (direitos culturais; cultura e tranformação digital; cultura e educação; economia da cultura; cultura e ação climática; cultura, património e crises), a que foram somadas, para esta edição, "duas áreas transversais de crescente relevância global: cultura e inteligência artificial, e cultura e paz".

Além do plenário ministerial e outras reuniões intergovernamentais, o programa da conferência inclui sessões temáticas e mais de 70 eventos paralelos, em que participarão representantes de organizações multilaterais, da academia, da sociedade civil, da juventude, bem como profissionais da cultura e parceiros do setor privado.

"Os direitos culturais devem estar garantidos para todas e todos e ser defendidos por todas e todos", afirmou a agência da ONU, que disse esperar em Barcelona representantes de todos os 193 estados-membros da agência.

A ministra da Cultura de Portugal estará na MONDIACULT na segunda e na terça-feira e prevê intervir numa sessão temática sobre "Transformação Digital e a Inteligência Artificial" no dia 29.

"O foco estará numa transformação digital ética, inclusiva e centrada nas pessoas, que respeite os direitos dos criadores, promova a diversidade cultural e linguística e assegure uma remuneração justa para quem cria", disse à Lusa fonte oficial do ministério liderado por Margarida Balseiro Lopes.

Ainda antes da MONDIACULT 2025 participará, no domingo, também em Barcelona, na XXII Conferência Ibero-Americana de Ministras e Ministros da Cultura.

Na edição anterior da MONDIACULT, de 2022, participaram 2.600 pessoas e 150 países subscreveram a declaração final, que a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, classificou então como "um compromisso de ação" e cujo seguimento será feito agora em Barcelona.

Nesse documento, os estados-membros da UNESCO declararam a cultura "bem público mundial", pediram a sua integração "como um objetivo específico por direito prório" entre os ODS da ONU e definiram um conjunto de "direitos culturais" que devem ser levados em conta nas políticas públicas.

O documento pedia uma regulamentação para o setor digital, em benefício e defesa da diversidade cultural, da propriedade intelectual dos artistas e do acesso equitativo aos conteúdos.

Em 2022, a MONDIACULT apelou ainda ao endurecimento da luta contra o tráfico ilícito de bens culturais e foi anunciada a intenção de criar, em colaboração com a Interpol, um museu virtual de bens culturais roubados, que será apresentado em Barcelona, num projeto desenvolvido com o arquiteto Francis Kéré, natural do Burkina Faso e prémio Pritzker em 2022.

Leia Também: PR cabo-verdiano saúda inscrição de documentos na Memória do Mundo da UNESCO

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