Trump assinou um memorando presidencial no Sala Oval que permite a criação de um grupo de trabalho composto por várias agências federais para enfrentar estes grupos, incluindo o movimento de extrema-esquerda "Antifa", que declarou esta semana como grupo terrorista doméstico, apesar de não ser uma organização formal e estruturada, segundo os especialistas.
O memorando assinado refere que a atual "violência política não é uma série de incidentes isolados, nem surge espontaneamente".
"Em vez disso, é o resultado de campanhas sofisticadas e organizadas de intimidação, radicalização, ameaças e violência direcionadas, cujo objetivo é silenciar vozes dissidentes, limitar a atividade política, influenciar decisões políticas e dificultar o funcionamento de uma sociedade democrática", pode ler-se.
Durante a assinatura, o republicano foi apoiado pela procuradora-geral Pam Bondi, que elogiou o Presidente por "retirar as algemas" à polícia e acrescentou que o objetivo é perseguir "qualquer grupo organizado", sem definir os critérios claramente.
O chefe de Estado norte-americano assinou o memorando pouco depois de o The New York Times ter noticiado que o Departamento de Justiça tinha ordenado a vários gabinetes de procuradores dos EUA que abrissem investigações sobre a Open Society Foundations, uma rede progressista de donativos fundada pelo 'megadoador' democrata George Soros.
Trump atribuiu a onda de violência política que assola o país, incluindo o assassinato do ativista ultraconservador Charlie Kirk e um recente tiroteio numa instalação do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE), à "esquerda radical".
O próprio Trump compareceu nas cerimónias fúnebres de Kirk, tal como o vice-presidente JD Vance e as principais figuras do governo.
Segundo a ordem de Trump desta semana, a Antifa "é uma organização militarista e anarquista que clama explicitamente pelo derrube do Governo dos Estados Unidos, das autoridades policiais e do sistema jurídico" norte-americano.
O termo é geralmente associado a uma ala da extrema-esquerda e frequentemente utilizado pela direita e pela extrema-direita em relação à violência em protestos.
Durante o primeiro mandato de Donald Trump (2017-2021), elementos ligados ao movimento Antifa entraram por diversas vezes em violentos confrontos com milícias de extrema-direita, como os Proud Boys, cujos líderes viriam a estar ligados ao assalto ao Capitólio em 2021.
O assalto visou tentar impedir o reconhecimento da derrota eleitoral de Trump frente a Joe Biden em 2020 e entre as primeiras medidas do agora Presidente no regresso ao poder em 2025 esteve o perdão e libertação de muitos dos indivíduos que haviam sido julgados e condenados pelo ataque.
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