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Chapo pede às Forças Armadas para "incinerar" terrorismo no país

O presidente moçambicano, Daniel Chapo, disse hoje que a segurança em Cabo Delgado melhorou, mas que a ameaça terrorista permanece, pedindo às Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) "estratégias para incinerar" esses grupos insurgentes.

Chapo pede às Forças Armadas para "incinerar" terrorismo no país

© Lusa

Lusa
25/09/2025 14:13 ‧ há 2 dias por Lusa

"A realidade manda dizer que esse esforço não tem sido suficiente. Por isso, ao comemorarmos o 61.º aniversário das FADM, queremos orientar os três pilares das Forças de Defesa e Segurança a encontrarem estratégias para incinerarmos o terrorismo no nosso país", afirmou Daniel Chapo.

 

Ao intervir nas comemorações do aniversário da FADM, na Matola, província de Maputo, sul de Moçambique, data que marca igualmente o início da luta armada no país contra o regime colonial, em 25 de setembro de 1964, o Presidente moçambicano reconheceu a "complexidade" da missão, num combate ao terrorismo que acontece desde 2017, mas sublinhou o nível de preparação alcançado nos últimos anos pelas Forças Armadas.

"Sabemos que ao longo destes anos adquiriram experiência, criaram estruturas e formaram muitos quadros nas academias, capazes de enfrentar esses desafios com mestria. Portanto, recomendamos enviar os melhores quadros para o terreno do Teatro Operacional Norte. O terrorismo não se vence deixando os melhores militares, os melhores quadros, os familiares ou os filhos dos chefes nos gabinetes", apontou Chapo.

"Todo o cidadão que faz parte das Forças de Defesa e Segurança deve ir ao Teatro Operacional Norte. Isto é inegociável", avisou.

Em Cabo Delgado, província rica em gás, Daniel Chapo reconhece que a "ameaça" é de "elevada complexidade" e "obriga a constante inovação tática, operacional e estratégica, à cooperação internacional e ao aperfeiçoamento" das capacidades.

"As nossas tropas têm-se destacado pela coragem, disciplina e resiliência, recuperando territórios outrora ocupados, permitindo o regresso seguro das populações às suas zonas de origem e restaurando a autoridade do Estado nas regiões afetadas", insistiu o chefe de Estado.

Destacou que os moçambicanos querem o país "em paz e livre de terrorismo" e que nesse sentido as FADM "têm sido chamadas a se reinventarem para dar resposta ao clamor do povo".

"Não restam dúvidas que hoje a segurança em Cabo Delgado melhorou, quando comparada a três ou quatro anos, pois há condições básicas para a circulação de pessoas e bens com relativa segurança, apesar dos ataques esporádicos dos terroristas", disse.

Acrescentou que com esta "pressão operacional" das FADM, "os terroristas têm estado a alterar o seu 'modus operandi'", desde logo "passando a realizar ações que incluem implantação de dispositivos explosivos, improvisados, em algumas rodovias, para contenção do avanço operacional".

Ainda com tentativas "de condicionamento de circulação de viaturas em algumas rodovias sob ameaça de ataques e saques, realização de incursões para o saque de produtos alimentares da população, para o reforço da sua logística e sequestro de cidadãos, maioritariamente pescadores, confiscação dos seus bens e cobrança de valores monetários para sua soltura".

"Estes desafios imperam a necessidade de investimento das FADM para o reforço da sua capacidade operacional com vista a persuadir, dissuadir e deter qualquer tipo de ameaça em Cabo Delgado", apontou ainda Daniel Chapo.

A província de Cabo Delgado regista um recrudescimento de ataques de grupos rebeldes desde julho, tendo sido alvos os distritos de Chiúre, Muidumbe, Quissanga, Ancuabe, Meluco e mais recentemente Mocímboa da Praia, com registo de vários mortos.

Só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques, no norte de Moçambique, a maioria reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo um estudo divulgado pelo Centro de Estudos Estratégicos de África (ACSS), uma instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano.

Leia Também: PR moçambicano distingue 724 cidadãos por "feitos extraordinários"

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