"Em resposta às declarações do líder supremo da República Islâmica do Irão sobre o Hezbollah, gostaríamos de sublinhar que a única autoridade duradoura no Líbano é o Governo legítimo e as suas decisões vinculativas", vincou o ministro dos Negócios Estrangeiros libanês, Youssef Rajji, na sua conta na rede social X.
"A principal [das decisões] é a resolução adotada em 05 de agosto, que exige que as armas sejam confinadas ao Estado e que a soberania estatal seja exercida em todo o território libanês", acrescentou Rajji, em referência à decisão do Governo de desarmar o Hezbollah, grupo aliado do Irão.
O chefe da diplomacia libanesa reiterou que o Exército é a "única" instituição de segurança reconhecida e a principal defensora do Líbano.
Esta posição foi divulgada depois de Khamenei ter afirmado, na terça-feira, que a história do movimento xiita libanês continua e que "o Hezbollah não deve ser subestimado nem a sua grande riqueza negligenciada", na véspera do primeiro aniversário da morte do seu líder histórico, Hassan Nasrallah.
"Hasan Nasrallah foi um grande trunfo para o mundo islâmico. Ele desapareceu, mas a riqueza que criou permanece", sublinhou a mais alta autoridade política e religiosa da República Islâmica durante um discurso.
Teerão ajuda a financiar e a armar o movimento xiita, que o Governo libanês procura desarmar para limitar a posse de armas exclusivamente ao Estado após a recente guerra com Israel.
O ayatollah Ali Khamenei garantiu também na terça-feira que o Irão não cederá a pressões para abandonar o enriquecimento de urânio, um importante ponto de atrito com os países ocidentais.
O líder supremo iraniano reiterou que o Irão "não precisa de armas nucleares" e optou por "não as possuir".
Segundo a Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), o Irão é o único país sem armas nucleares a enriquecer urânio a um nível elevado (60%), próximo do limiar de 90% necessário para produzir uma bomba e muito acima do limite de 3,67% fixado pelo acordo de 2015.
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