A mudança climática e a biodiversidade não são "assuntos de opinião", uma vez que "a ciência é bastante clara" sobre este assunto, afirmou hoje Emmanuel Macron na ONU, parecendo responder a Donald Trump.
O presidente dos Estados Unidos tinha ridicularizado a ciência climática na terça-feira.
"A ciência deve continuar a ser o coração das nossas constatações e das nossas políticas", insistiu o presidente francês durante uma míni-cimeira especial em Nova Iorque.
"Pode ser que às vezes surjam discursos que deixariam instalar a ideia de que as questões climáticas ou de biodiversidade seriam de certa forma assuntos de opinião, que a ciência não seria tão clara. Eu acredito, no entanto, que a ciência é bastante clara", sublinhou Macron, sem se referir diretamente a ninguém.
"De qualquer forma, os cientistas devidamente acreditados, reconhecidos pelos seus pares, não deixam pairar muitas dúvidas. Assim, continuemos a basear as nossas decisões na ciência e defendamos a ciência livre e aberta para fundamentar essas decisões", defendeu.
Na terça-feira, o presidente americano afirmou no púlpito da Assembleia Geral da ONU que a mudança climática era "a maior fraude já perpetrada contra o mundo".
Emmanuel Macron também garantiu que "os europeus estarão presentes" na COP30 sobre o clima, em novembro, em Belém, no Brasil, enquanto a França é acusada por organizações não governamentais de "obstrução" na adoção dos novos objetivos climáticos europeus.
Entre as prioridades, o presidente apelou para que estejam "objetivos vinculativos sobre o metano".
"A redução do metano é o caminho mais rápido para uma diminuição das emissões e nós também faremos disso uma prioridade no G7, [grupo], que a França irá presidir no próximo ano", explicou o presidente francês.
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