Durante uma reunião com Marco Rubio, à margem da Assembleia-Geral das Nações Unidas, a decorrer em Nova Iorque, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov "sublinhou a natureza inaceitável das manobras levadas a cabo por Kiev e por algumas capitais europeias com o objetivo de prolongar o conflito", segundo uma nota informativa da diplomacia russa.
Já Rubio "reiterou o apelo do Presidente norte-americano, Donald Trump, pelo fim da matança e à necessidade de Moscovo tomar medidas significativas para uma resolução duradoura do conflito russo-ucraniano", informou o porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Tommy Pigott.
Até agora, Trump tinha tentado mediar a guerra na Ucrânia e tinha dito que Kiev deveria ceder alguns dos seus territórios para alcançar a paz, mas na terça-feira inverteu a sua posição e encorajou as forças ucranianas a continuarem a lutar até recuperarem todo o território ocupado pelo exército russo.
O líder republicano apelidou a Rússia de "tigre de papel" e disse que Moscovo "tem lutado sem objetivo durante três anos e meio, numa guerra que uma verdadeira potência militar deveria ter ganho em menos de uma semana".
Em reação às palavras de Trump, o Kremlin (presidência russa) respondeu que a Rússia é um urso, não um tigre, e que "não existem ursos de papel".
Os dois responsáveis pela diplomacia de Moscovo e Washington reuniram-se hoje num hotel durante cerca de 50 minutos, segundo informou o Departamento de Estado norte-americano.
Esta é a primeira reunião de alto nível entre ambos os países depois da visita do Presidente russo, Vladimir Putin, ao Alasca, numa tentativa de encontrar uma solução diplomática para a guerra na Ucrânia.
Na terça-feira, perante o Conselho de Segurança, Marco Rubio afirmou que esta guerra não pode "terminar militarmente".
"Vai acabar na mesa de negociações. É aí que esta guerra vai terminar", afirmou.
Rubio e Lavrov encontraram-se pela última vez em 10 de julho em Kuala-Lumpur, à margem da cimeira da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) na Malásia.
Anteriormente, os dois representantes tinham-se encontrado em Riade, a 18 de fevereiro, para discutir a normalização das relações bilaterais.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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