A tragédia - considerada sem precedentes num país classificado como pacífico - abriu um debate nacional sobre a necessidade de reforçar o controlo de armas na Áustria, onde possuir uma arma é uma tradição.
A nova legislação eleva a idade mínima para a posse de armas de fogo de 21 para 25 anos, enquanto a idade legal para possuir espingardas de caça passa de 18 para 21 anos, e entra em vigor em 2026.
Os proprietários de armas terão ainda de realizar avaliações clínicas e psicológicas tanto no momento da primeira licença como periodicamente, de cinco em cinco anos, estando previstas exceções para caçadores e atiradores desportivos, que, segundo o Governo, são submetidos a "treino rigoroso".
A votação dividiu o parlamento e o Partido da Liberdade (FPO, extrema-direita), vencedor das mais recentes eleições legislativas, mas sem capacidade para formar governo, foi a única força a votar contra, argumentando que a lei deveria focar-se no combate à posse ilegal de armas, e não em restrições adicionais para proprietários legais.
Já os Verdes, atualmente na oposição, votaram a favor, mas criticaram a lei por não ser suficientemente restritiva e por incluir demasiadas exceções.
Segundo dados oficiais, a Áustria, com 9,2 milhões de habitantes, contabiliza mais de 1,5 milhões de armas registadas, distribuídas por cerca de 370 mil proprietários.
O endurecimento da lei surge após o ataque de 10 de junho, quando um ex-aluno de 21 anos invadiu uma escola em Graz, armado com uma espingarda de caça e uma pistola Glock.
O jovem abriu fogo, matando nove estudantes com idades entre os 14 e os 17 anos e um professor, antes de se suicidar na casa de banho da escola.
As investigações revelaram que o autor do massacre tinha obtido licença de porte de arma em maio, após avaliação psicológica realizada em março.
No entanto, aquando da maioridade, tinha sido considerado "inapto" para o serviço militar, por ter falhado os mesmos testes psicológicos.
Leia Também: "Fui obediente a vida toda". Freiras fogem do lar e voltam a convento