"Este ano marca o 80.º aniversário da fundação das Nações Unidas e o 80.º aniversário da divisão da Península Coreana", lembrou Lee Jae-myung na cimeira anual da organização em Nova Iorque.
A Coreia do Sul "iniciará uma nova jornada rumo à coexistência pacífica e ao crescimento partilhado na Península Coreana" e "o primeiro passo será reconstruir a confiança intercoreana quebrada e avançar para o respeito mútuo", sublinhou o chefe de Estado sul-coreano.
Lee Jae-myung reafirmou o seu respeito pelo regime norte-coreano e a sua determinação em "não procurar qualquer forma de unificação através da absorção".
"Pretendemos pôr fim ao ciclo vicioso de tensões militares intercoreanas desnecessárias e atos hostis", frisou, citando medidas de apaziguamento já tomadas, como a suspensão das transmissões de propaganda radiofónica dirigidas aos norte-coreanos.
"Ao expandir gradualmente os intercâmbios e a cooperação intercoreana, abriremos caminho para uma paz duradoura na península", acrescentou, apelando à comunidade internacional para trabalhar no mesmo sentido.
As duas Coreias permanecem tecnicamente em guerra há mais de sete décadas, tendo o conflito de 1950-1953 terminado com um armistício, e não com um tratado de paz.
As relações entre Pyongyang e Seul estão no seu pior momento em vários anos, depois de o Norte ter lançado uma série de mísseis balísticos, violando as sanções da ONU no ano passado.
O Presidente sul-coreano, Lee Jae-myung, apresentou em agosto um plano de três fases para a desnuclearização da Coreia do Norte.
"A direção política é a desnuclearização da península coreana. A fase 1 é o congelamento do programa nuclear e de mísseis de Pyongyang, a fase 2 é a redução [dessas armas] e a fase 3 a desnuclearização", disse Lee numa entrevista ao diário japonês Yomiuri, distribuída à imprensa pelo gabinete presidencial sul-coreano.
Também em agosto Kim Yo-jong, influente irmã do líder norte-coreano, acusou diretamente Lee de promover um "sonho absurdo" de reconciliação intercoreana, sublinhando que Pyongyang não tem qualquer intenção de melhorar os laços com Seul.
Leia Também: China condena "declarações irresponsáveis" dos EUA, Japão e Coreia do Sul