Em declarações à comunicação social à margem da Assembleia-Geral da ONU, em curso em Nova Iorque, Meloni expressou a esperança de que a oposição italiana também apoie a moção.
"Pessoalmente, continuo a acreditar que reconhecer a Palestina na ausência de um Estado que cumpra os requisitos de soberania não resolve o problema, não produz resultados tangíveis e concretos para os palestinianos", afirmou a chefe do executivo de direita e extrema-direita italiano.
"Depois, dizem que reconhecer a Palestina pode ser uma ferramenta eficaz de pressão política, e tudo bem, eu entendo, mas também precisamos de saber quem está a usá-la", acrescentou.
De acordo com Meloni, "a principal pressão política deve ser dirigida ao Hamas, porque foi o Hamas que começou esta guerra e é o Hamas que está a impedir que a guerra termine, recusando-se a entregar os reféns".
A governante italiana anunciou então que "a maioria apresentará uma moção no parlamento a dizer que o reconhecimento da Palestina deve estar sujeito a duas condições: a libertação dos reféns e, obviamente, a exclusão do Hamas de qualquer dinâmica governamental dentro da Palestina, porque precisamos de entender quais são as prioridades".
"Não sou contra o reconhecimento da Palestina, mas precisamos de definir as prioridades certas", sublinhou.
"Penso que uma iniciativa como esta também poderá encontrar apoio entre a oposição. Certamente não encontrará apoio entre o Hamas, e talvez também não entre os extremistas islâmicos, mas deve encontrar apoio entre as pessoas de bom senso", sustentou Meloni.
Na segunda-feira, França, Andorra, Bélgica, Luxemburgo, Malta e São Marino reconheceram formalmente o Estado da Palestina, um dia depois de o terem feito Portugal, Reino Unido, Canadá e Austrália.
Após estes anúncios, o número de países que reconhecem o Estado da Palestina passará para 157, de um total de 193 Estados-membros da ONU.
Entre os países que não reconhecem o Estado da Palestina encontram-se os Estados Unidos, a Alemanha, o Japão e os Países Baixos, que defendem que tal passo político e diplomático deve ser feito em acordo com Israel.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reagiu no domingo aos anúncios afirmando que nunca haverá um Estado palestiniano.
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