Na abertura do debate de alto nível da Assembleia-Geral da ONU, Annalena Baerbock dirigiu-se diretamente aos chefes de Estado e de Governo presentes no salão num apelo para que se faça "melhor".
"Este aniversário da ONU deveria ter sido um momento de celebração. Mas este não é um ano comum. Basta olhar para o estado do nosso mundo. Milhares de órfãos em Gaza vagueiam pelos escombros, comendo areia e bebendo água contaminada. Mulheres de 90 anos na Ucrânia estão escondidas dos drones, presas nas suas casas em vez de viverem os seus últimos anos em paz", disse a ex-ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha.
As crianças no Haiti, com medo de serem mortas a tiro por gangues a caminho da escola, as mulheres na República Democrática do Congo a proteger as suas filhas de grupos armados, com medo de serem violadas, ou as crianças rohingya, "incapazes de se lembrarem como é a casa", foram outras das tragédias referidas pela líder da Assembleia-Geral.
"Perante estas realidades, agora não é tempo de celebrar. Mas perguntar-nos: Onde estão as Nações Unidas? Distintos chefes de Estado e de Governo, as pessoas lá fora estão a olhar para nós", frisou.
"Claramente, temos de fazer melhor. Mas não devemos deixar que os cínicos transformem estas falhas em armas", defendeu, referindo-se às acusações de que a ONU "é um desperdício de dinheiro", "desatualizada" e "irrelevante", mas sem apontar nomes.
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