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"Não tomem paracetamol". Anúncio "irresponsável" de Trump preocupa

"Não tomem", apelou Trump na Casa Branca, numa comunicação apresentada como "um grande anúncio" sobre autismo, que tem estado a aumentar acentuadamente no país nos últimos anos. Especialistas dizem "discordar veementemente de qualquer sugestão contrária à ciência independente".

"Não tomem paracetamol". Anúncio "irresponsável" de Trump preocupa

© Getty Images/ Tom Brenner For The Washington Post

Notícias ao Minuto com Lusa
23/09/2025 08:36 ‧ há 1 semana por Notícias ao Minuto com Lusa

Donald Trump prometeu, no domingo, que faria um “anúncio importante” no dia seguinte. E assim o fez.

 

O presidente dos Estados Unidos da America (EUA) surgiu em conferência de imprensa ao lado do secretário da Saúde, Robert F. Kennedy Jr, para anunciar que a FDA [Food and Drug Administration, entidade reguladora da saúde nos EUA], vai recomendar que as grávidas não tomem paracetamol. Em causa, está uma alegada ligação entre a toma deste medicamento e o aumento de casos de autismo no país

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump sugeriu que a toma de paracetamol durante a gravidez pode contribuir para o risco de uma criança ser diagnosticada com autismo. Motivo pelo qual defendeu que este não deve ser tomado, a não ser que seja "recomendado" por médicos. 

Note-se, contudo, que este não apresentou provas ou explicações médicas para as novas recomendações, preferindo apontar rumores de que "praticamente não há autismo" em Cuba porque o país não tem condições para comprar Tylenol, a marca mais popular de paracetamol.

Por sua vez, os especialistas afirmam que o aumento de casos nos Estados Unidos se deve sobretudo a uma nova definição para a perturbação, que passa a incluir casos ligeiros num "espectro" e diagnósticos mais precisos, e que não existe uma causa única, refere a AP.  

Fabricante do medicamento nega suposições

A empresa farmacêutica Kenvue, fabricante do paracetamol mais usado nos Estados Unidos, Tylenol, já reagiu e rejeitou a associação entre o seu uso por grávidas e o autismo infantil.

"Discordamos veementemente de qualquer sugestão contrária à ciência independente", disse Melissa Witt, porta-voz da Kenvue, ao The New York Times. Acrescentando que “estamos profundamente preocupados com o risco que isto representa para a saúde das mulheres grávidas".

O presidente do Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (HHS), Steven Fleischman, afirmou na segunda-feira que as sugestões de que o uso de Tylenol na gravidez causa autismo são "irresponsáveis, considerando a mensagem prejudicial e confusa que transmitem às pacientes grávidas". 

"O anúncio de hoje (segunda-feira) do HHS (Departamento de Saúde) não é apoiado por todas as provas científicas e simplifica perigosamente as muitas e complexas causas dos problemas neurológicos nas crianças", disse Fleischman em comunicado citado pela AP.  

"É altamente preocupante que as nossas agências federais de saúde estejam dispostas a fazer um anúncio que afetará a saúde e o bem-estar de milhões de pessoas sem o suporte de dados fiáveis", criticou. 

FDA aconselha medicamento que ‘cura’ autismo

Entretanto, na sequência do anúncio de Trump, a agência norte-americana para os medicamentos e alimentação (FDA, na sigla em inglês) anunciou o início da aprovação de leucovorina como tratamento para crianças com autismo e deficiência de folato (DFC) no cérebro.

De acordo com nota divulgada na noite de segunda-feira pela FDA, este medicamento genérico, utilizado sobretudo para tratar doentes com cancro e anemia, pode ajudar as crianças com autismo a melhorar a sua comunicação verbal. 

Segundo refere a nota da FDA, "observou-se que os indivíduos com deficiência cerebral de folato apresentam atrasos no desenvolvimento com características autistas (por exemplo, dificuldades com a comunicação, processamento sensorial e comportamentos repetitivos), convulsões e problemas de movimento e coordenação".   

Leia Também: Fabricante de paracetamol mais usado nos EUA rejeita associação a autismo 

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