As autoridades locais anunciaram que todas as escolas primárias, secundárias e jardins-de-infância permanecerão encerradas entre hoje e quarta-feira, enquanto o aeroporto internacional deixará de operar hoje a partir das 20h00 locais (13h00, em Lisboa).
Os comboios com partida ou destino para Shenzhen, uma metrópole com mais de 17 milhões de habitantes, serão progressivamente cancelados a partir do meio-dia de hoje, estando a retoma das operações prevista apenas para quinta-feira.
Cerca de 400 mil pessoas estão a ser evacuadas preventivamente de áreas de risco, indicaram ainda as autoridades da cidade.
Ragasa, que atingiu a categoria de supertufão no domingo, poderá tornar-se o ciclone mais severo a atingir Shenzhen desde 2018, com ventos até 260 quilómetros por hora e precipitação acumulada de 300 milímetros, o que levou à ativação de mecanismos de emergência adicionais.
Especialistas alertaram para riscos acrescidos devido à coincidência com marés altas, elevando a ameaça de inundações em zonas baixas.
Em toda a província de Cantão, incluindo cidades do delta do rio das Pérolas como Zhuhai, Dongguan ou Zhongshan, e ainda Hong Kong e Macau, estão a ser adotadas medidas semelhantes de suspensão de aulas, atividades laborais e transportes.
Até à tarde de segunda-feira, as autoridades marítimas tinham ordenado o regresso a porto de mais de 10 mil embarcações e a suspensão de quase 400 rotas de navios, além do reforço das infraestruturas portuárias e rodoviárias.
A China mantém ativada uma resposta nacional de emergência, com o destacamento de mais de 30 mil operacionais para assegurar o fornecimento de bens essenciais e prestar apoio em eventuais operações de resgate.
Ragasa é a 18ª tempestade tropical formada este ano no Pacífico e deverá tocar terra na quarta-feira na costa central ou ocidental da província de Cantão, antes de perder intensidade à medida que avança para o interior.
Os tufões são fenómenos recorrentes no sudeste da China e em Taiwan durante o verão e outono, favorecidos pelas águas quentes do oceano Pacífico, podendo provocar danos significativos e interrupções nos transportes e na economia.
A atual temporada de tufões na China já foi marcada por episódios como Wipha, que causou fortes chuvas e evacuações no sul do país, e Wutip, que afetou mais de 180 mil pessoas na província de Guangdong após um atraso superior a dois meses face ao início habitual da época, atribuída por especialistas a padrões anómalos de alta pressão e alterações no regime das monções.
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