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Guterres: Ação climática e reforma financeira são prioridade

O secretário-geral da ONU, António Guterres, insistiu hoje que a reforma da arquitetura financeira global e a ação climática são prioritárias para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e, consequentemente, "um mundo melhor".

Guterres: Ação climática e reforma financeira são prioridade

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Lusa
22/09/2025 19:45 ‧ há 1 semana por Lusa

Mundo

ONU

No evento anual da ONU para destacar os ODS, em Nova Iorque, Guterres recordou que construir um mundo mais justo, onde as pessoas e o planeta prosperem, faz parte da promessa de atingir os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030.

 

Contudo, faltando apenas cinco anos para essa meta, o líder das Nações Unidas admitiu que há ainda um "longo caminho a percorrer", uma vez que vários conflitos ao redor do mundo continuam a gerar destruição, o financiamento para o desenvolvimento está a esgotar-se e a crise climática "desfere golpe atrás de golpe".

Guterres observou que o caminho exato para se alcançar os ODS varia consoante os contextos nacionais, pelo que, em primeiro lugar, o mundo precisa de reformar a arquitetura financeira global.

"Isto significa proporcionar um alívio real da dívida, triplicar a capacidade de empréstimo dos bancos multilaterais de desenvolvimento e garantir que os países em desenvolvimento têm uma maior influência nas instituições que governam o seu destino económico", defendeu.

Além disso, a ação climática "também deverá ocupar o centro do palco", com a humanidade a dever agir imediatamente para que o aumento da temperatura média global se mantenha na meta dos 1,5 graus Celsius e aproveite todo o potencial das energias renováveis, apelou.

Nesse sentido, o antigo primeiro-ministro português pediu a todos os líderes que apresentem planos climáticos nacionais ambiciosos e que os países desenvolvidos honrem os seus compromissos em matéria de perdas e danos e de adaptação climática.

O chefe da ONU alertou também que o mundo se deve preparar para a transformação tecnológica, indicando que as novas ferramentas digitais têm o potencial de impulsionar o desenvolvimento sustentável, mas frisando que são necessárias "barreiras de proteção" para garantir a segurança e a inclusão, assim como financiamento para eliminar as desigualdades digitais.

A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, adotada por todos os Estados-membros das Nações Unidas em 2015, é um projeto compartilhado para a paz e a prosperidade das pessoas e do planeta. 

No seu cerne estão os 17 ODS, que representam um apelo urgente à ação de todos os países -- desenvolvidos e em desenvolvimento -- numa parceria global.  

Os ODS reconhecem que a erradicação da pobreza e de outras privações deve ser acompanhada por estratégias que melhorem a saúde e a educação, reduzam a desigualdade e impulsionem o crescimento económico, ao mesmo tempo em que se combatem as mudanças climáticas e se trabalha para preservar os oceanos e florestas.

Guterres observou hoje que, apesar do momento turbulento que o planeta atravessa, há sinais de progresso, esperança e oportunidade.

Exemplo disso é o número recorde de raparigas que frequenta a escola e as taxas de conclusão escolar a aumentar.

Também a mortalidade infantil diminuiu, assim como a mortalidade materna, as infeções pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH) estão a cair, e a eletricidade atinge agora 92% da população global, com a região da Ásia-Pacífico a caminho do acesso universal à energia.

"Nenhum destes progressos é por acaso. É o resultado de decisões deliberadas. Estes e muitos outros exemplos mostram como investir no desenvolvimento compensa", sublinhou o secretário-geral da ONU.

Guterres defendeu que o sucesso do progresso está na interligação dos próprios ODS, uma vez que os ODS seguem a lei dos rendimentos crescentes: "Quanto mais avançamos em cada objetivo, mais fácil se torna alcançar outros".

A educação promove a igualdade de género, a estabilidade climática reforça a segurança alimentar e o combate à fome abre caminho à paz, afirmou.

Contudo, "em tudo o que fazemos, devemos fazer da paz uma prioridade", salientou o secretário-geral, lamentando que, em 2024, a despesa militar global tenha sido 13 vezes superior à ajuda oficial ao desenvolvimento.

"Por outras palavras, não se trata de uma questão de recursos -- é uma questão de escolhas. É por isso que a boa governação é essencial", acrescentou, apelando à intensificação dos esforços para concretizar a Agenda 2030 e alcançar os ODS.

"Temos de nos reagrupar, voltar a comprometer-nos e reorientar-nos", concluiu.

Leia Também: Marcelo encontrou Guterres "em grande forma" e reiterou apoio

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