"O Kremlin está a gastar centenas de milhões de euros para comprar centenas de milhares de votos em ambas as margens do [rio] Dniester e no estrangeiro. Se a Rússia assumir o controlo da Moldova, as consequências serão sentidas imediatamente, tanto no nosso país como em toda a região", declarou Sandu num discurso televisivo, citada pela publicação NewsMaker.
A chefe de Estado, pró-europeia, defendeu que "a Europa vai parar na fronteira com a Moldova" caso as forças pró-Rússia vençam as eleições do próximo domingo, acrescentando que a situação na região separatista da Transnístria ficará "desestabilizada", nesse cenário.
Sandu disse ainda que Moscovo "tem cúmplices na Moldova", pessoas que, segundo a presidente, "já demonstraram no passado estar dispostas a vender o país por dinheiro".
Horas antes do discurso, as forças de segurança moldavas anunciaram ter realizado mais de 250 buscas no âmbito de uma investigação por "preparação de distúrbios em massa e desestabilização da situação" antes das eleições, tendo feito 74 detenções.
A oposição pró-Rússia denunciou a existência de um ambiente de perseguição política e o ex-presidente e líder socialista Igor Dodon acusou mesmo o governo de tentar intimidar críticos e garantir a vitória do Partido de Ação e Solidariedade (PAS), no poder.
Analistas consideram que, tal como no referendo pró-europeu de outubro de 2024, o voto da diáspora moldava poderá ser decisivo.
Centenas de milhares de emigrantes vivem em países como Itália, Espanha e Portugal, e poderão novamente inclinar o resultado a favor das forças pró-europeias.
Ainda assim, alguns observadores antecipam que o PAS de Maia Sandu só conseguirá manter-se no poder através de uma coligação com partidos minoritários.
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