Em declarações à imprensa antes de se deslocar a Nova Iorque para participar na Assembleia-Geral das Nações Unidas, Wadephul afirmou que a nova ofensiva israelita em Gaza é "uma forma totalmente errada" de encontrar uma saída para o conflito, e exigiu exige mais ajuda humanitária para o enclave, um cessar-fogo imediato e a libertação dos reféns.
Para Berlim, o reconhecimento do Estado palestiniano pressupõe a aprovação de Israel, de que a Alemanha é um importante aliado.
"Todos os passos no sentido de uma anexação ilegal dos territórios ocupados minam ainda mais a possibilidade de uma resolução duradoura do conflito. Por muito distante que possa parecer neste momento, uma solução negociada de dois Estados é o caminho que pode permitir a israelitas e palestinianos viverem em paz, segurança e dignidade", afirmou o ministro.
Vários países reconheceram oficialmente o Estado da Palestina no domingo, nomeadamente Portugal, Austrália, Canadá e Reino Unido. Outros, como França, Bélgica e Luxemburgo, deverão dar o mesmo passo hoje.
"Para a Alemanha, o reconhecimento de um Estado palestiniano está mais para o fim do processo. Mas esse processo deve começar agora", sublinhou.
O chefe da diplomacia alemã defendeu também que a ONU continua a ser um fórum único de cooperação num mundo marcado por conflitos internacionais.
"As Nações Unidas são o único fórum indispensável que reúne o mundo. Para isso, é necessária uma organização forte e capaz de agir", afirmou, consciente de que em Nova Iorque serão debatidas crises como a guerra da Rússia contra a Ucrânia ou a guerra de Israel contra o Hamas.
"Hoje, são enxames de drones, desfiles de mísseis e ameaças nucleares que procuram minar a fé na força da lei", disse ainda o ministro alemão, antes de aludir à guerra de Rússia contra a Ucrânia.
O ministro alemão também mencionou outras crises internacionais, como o enriquecimento de urânio pelo Irão, que "se recusa a permitir que a Organização Internacional da Energia Atómica (AIEA) inspecione plenamente o seu programa nuclear", mas também as situações no Sudão, devido à guerra civil, e a criminalidade no Haiti que ameaça a população do país.
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