O antigo dirigente extremista, que chegou ao poder após a queda de Bashar al-Assad em dezembro de 2024, viajou para participar nos trabalhos da assembleia anual da ONU, disse a presidência num comunicado, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).
Al-Sharaa deverá ser o primeiro dirigente sírio a discursar perante a Assembleia Geral da ONU desde o ex-presidente Noureddine al-Atassi, em 1967.
Desde que chegou ao poder, Al-Sharaa trocou o uniforme de combatente pelo de chefe de Estado.
Encontrou-se com líderes estrangeiros, incluindo o presidente norte-americano, Donald Trump, em maio, na Arábia Saudita, e o presidente francês Emmanuel Macron, em Paris, durante a primeira viagem ao Ocidente.
Al-Sharaa continua a ser alvo de sanções da ONU e de uma proibição de viajar devido ao passado extremista, tendo de solicitar revogações para todas as viagens ao estrangeiro.
O ministro dos Negócios Estrangeiros sírio, Assaad al-Chaibani, hasteou na semana passada a bandeira do país na embaixada síria na capital dos Estados Unidos, Washington.
"Após décadas de ausência, hoje a bandeira da República Árabe Síria flutua no topo da nossa Embaixada em Washington", disse Al-Chaibani nas redes sociais.
"Com sentimentos de orgulho e honra, represento um povo que perdurou e uma pátria que não foi quebrada. A Síria está de volta", acrescentou.
A Síria e Israel continuam tecnicamente em estado de guerra, mas iniciaram negociações diretas após a queda de Al-Assad e representantes dos dois países já se reuniram várias vezes.
Os Estados Unidos já levantaram a maioria das sanções que impuseram à Síria durante o regime de Bashar al-Assad.
Fundado pelo pai Hafez al-Assad em 1977, o regime de Bashar Al-Assad, que se exilou na Rússia, caiu na sequência de uma ofensiva de extremistas e rebeldes liderados pela coligação Hayat Tahrir al-Sham.
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