Pelo menos 30 pessoas foram detidas, este sábado, na sequência de um protesto contra a imigração em Haia, nos Países Baixos.
As autoridades neerlandesas, que dispersaram os manifestantes com recurso a gás lacrimogéneo e canhões de água, não descartaram a possibilidade de mais detenções nos próximos dias, à medida que as imagens de videovigilância são analisadas, noticiou a agência Reuters.
O mesmo meio deu conta de que dois agentes da polícia ficaram feridos nos confrontos.
O protesto, que foi organizado pela extrema-direita, reuniu milhares de pessoas que, munidas com bandeiras dos Países Baixos e de organizações de extrema-direita, exigiram políticas migratórias mais rigorosas e medidas severas contra os requerentes de asilo, a pouco mais de um mês das eleições nacionais.
Os ânimos exaltaram-se, a dada altura, tendo um grupo de manifestantes bloqueou momentaneamente uma autoestrada perto do local da manifestação. Além disso, um carro da polícia foi incendiado.
O canal neerlandês NOS noticiou ainda que a multidão partiu várias janelas da sede do partido de centro-esquerda D66 que, aos olhos da extrema-direita, serve os interesses da elite progressista.
O líder do D66, Rob Jetten, denunciou que os danos foram extensos, mas rejeitou que o partido se deixasse intimidar.
"Se pensam que podem intimidar-nos, azar. Nunca deixaremos que manifestantes extremistas nos tirem o nosso belo país", escreveu, na rede social X (Twitter).
Tuig. Je blijft van politieke partijen af.
— Rob Jetten (@RobJetten) September 20, 2025
Als je denkt dat je ons kan intimideren, dikke vette pech. Wij laten ons mooie land nooit afpakken door extremistische relschoppers. pic.twitter.com/vDDEwOtkWU
Por seu turno, o líder da extrema-direita dos Países Baixos, Geert Wilders, foi convidado a discursar na manifestação, mas não compareceu. Aliás, recorreu à mesma rede social para condenar a violência da manifestação.
“Lidem com essa ralé com pulso de ferro. Bloquear a autoestrada e praticar atos de violência contra a polícia é totalmente, mas totalmente inaceitável. Idiotas”, escreveu.
Snoeihard aanpakken dat tuig.
— Geert Wilders (@geertwilderspvv) September 20, 2025
Snelweg blokkeren en geweld tegen de politie totaal maar dan ook totaal onacceptabel. Idioten. https://t.co/pDD8SsDisW
Recorde-se que os Países Baixos vão a votos antecipadamente a 29 de outubro, após a saída repentina da força política liderada por Wilders de uma frágil coligação governamental, alegando desentendimentos sobre o tema da imigração.
O Partido da Liberdade (PVV) causou surpresa ao emergir como o grande vencedor das eleições, com 37 dos 150 lugares da câmara baixa do Parlamento, em novembro de 2023. Contudo, as ambições de Wilders de liderar o país saíram frustradas, uma vez que os seus parceiros de coligação bloquearam a sua candidatura a primeiro-ministro, preferindo indicar Dick Schoof para o lugar, como solução de compromisso.
Ao longo da curta legislatura, Wilders avisou várias vezes que a única forma de implementar as suas políticas anti-imigração seria tornar-se primeiro-ministro, o que tentará agora alcançar nas eleições do próximo mês.
Veja as imagens na galeria acima.
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