"Condeno com a maior veemência as incursões de aeronaves russas na Estónia. Constituem uma nova etapa neste acumular de provocações e ações irresponsáveis da Rússia", afirmou no X o chefe de Estado francês.
"Expresso o meu total apoio às autoridades estónias. Será adotada uma postura de segurança face a estas repetidas violações", adiantou.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros francês já tinha denunciado em comunicado "uma perigosa e irresponsável incursão no espaço aéreo de um Estado-membro da União Europeia e aliado da NATO (...) em flagrante violação do direito internacional".
O governo da Estónia denunciou hoje a entrada de três caças russos no espaço aéreo do país, onde alegadamente permaneceram, sem permissão, 12 minutos, e convocou o representante de Moscovo (encarregado de negócios) para protestar perante tal incidente.
A Estónia anunciou ainda que vai solicitar à NATO a ativação do artigo 4.º do Tratado do Atlântico, que prevê consultas entre aliados em caso de ameaça, após a violação do seu espaço aéreo pelos caças russos.
O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, saudou a resposta "rápida e decisiva" da Aliança Atlântica à incursão de aviões de combate russos na Estónia, após ter falado com o primeiro-ministro da Estónia, Michal Kristen.
De acordo com um responsável da NATO, que falou sob anonimato e citado pelas agências internacionais, F-35 italianos, aviões de combate fabricados nos Estados Unidos, intercetaram os caças russos.
Rutte referiu nas redes sociais que os três caças russos MiG-31 foram intercetados no âmbito da nova iniciativa militar "Sentinela Oriental", lançada na semana passada para reforçar a defesa do flanco leste da NATO.
O Quartel-General Supremo das Potências Aliadas da NATO na Europa (SHAPE) referiu que, além dos caças F-35 da Força Aérea Italiana atualmente posicionados na Base Aérea de Ämari, responderam ao incidente aeronaves de reação rápida da Suécia e da Finlândia.
O incidente de hoje na Estónia é o terceiro nas últimas duas semanas, depois da invasão do espaço aéreo da Polónia por 19 'drones' (aeronaves pilotadas remotamente) russos, que desencadeou uma intervenção da Força Aérea polaca, com apoio de países aliados.
Esta foi a primeira vez que a NATO teve de abater veículos aéreos não tripulados em território aliado.
Na ocasião, a Polónia também invocou o artigo 4.º da NATO.
Horas depois do incidente de hoje, a Guarda de Fronteiras da Polónia informou que dois caças russos sobrevoaram "a baixa altitude" a plataforma petrolífera Petrobaltic, no Mar Báltico, violando a zona de segurança da infraestrutura.
O governo da Ucrânia sugeriu hoje uma resposta "verdadeiramente forte" e "enérgica" da NATO à incursão de caças russos no espaço aéreo da Estónia, denunciando um crescendo de "arrogância e agressividade" de Moscovo.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, classificou o incidente como "escandaloso".
"As atividades desestabilizadoras da Rússia estão a espalhar-se para novos países e em novas direções", afirmou o chefe de Estado ucraniano, que lida há quase quatro anos com uma invasão russa em grande escala, e que tem contado com o apoio logístico e militar de aliados NATO.
"Esta é uma campanha sistemática travada pela Rússia contra a Europa, contra a NATO, contra o Ocidente. E isso exige uma resposta sistemática", argumentou Zelensky, apelando a "medidas enérgicas".
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