Isto, num momento em que o governo do Líbano procura desmantelar aquele movimento, sob pressão norte-americana.
"Devemos ter em mente que o principal inimigo é Israel e, por trás dele, os Estados Unidos. Se não o fizermos, ninguém na região poderá ter sucesso", considerou o líder xiita num discurso transmitido pelos canais aliados.
"Pressionar a resistência [Hamas] resulta num ganho líquido para Israel e se a resistência não estiver presente, isso significa que outros países da região serão os próximos", advertiu Qassem.
Este mês, o governo libanês apoiou um plano do exército para desarmar o Hezbollah antes do final do ano, embora já tenha avisado que as capacidades da instituição militar são limitadas em termos de pessoal, logística e recursos, abrindo a porta a potenciais atrasos.
Neste contexto, o secretário-geral do Hezbolah voltou a apelar ao diálogo, ao defender que o seu armamento serviu tanto para "disuadir" como para "libertar" territórios tomados pelo Estado judaico.
"Garantimos que as armas da resistência estão dirigidas contra o inimigo israelita, não contra o Líbano, a Arábia Saudita ou qualquer outro lugar ou entidade do mundo", argumentou durante o seu discurso.
De facto, Qassem estendeu a mão a Riade, uma importante influência estrangeira que apoiou os seus principais rivais políticos no Líbano e que durante anos também manteve relações tensas com o Irão, uma república islâmica xiita que é o principal apoiante do Hezbollah.
O líder do grupo xiita defendeu a abertura de um diálogo com a Arábia Saudita para resolver as diferenças e avançar para o "enfraquecimento de Israel".
As suas declarações surgem depois de países árabes e islâmicos terem apelado na segunda-feira, em Doha, a uma aliança política e de defesa que contenha o governo de Benjamin Netanyahu, além de lhe impor sanções e restrições após o seu recente ataque de Israel contra a capital do Qatar.
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