Khawaja Asif, ministro da Defesa paquistanês, em declarações à Geo TV, quinta-feira à noite, foram o primeiro reconhecimento de que o Paquistão colocou a Arábia Saudita no grupo de países que dispõem de armamento nuclear.
"Deixem-me esclarecer um ponto sobre a capacidade nuclear do Paquistão: esta capacidade foi estabelecida há muito tempo, quando realizámos testes. Desde então, temos forças treinadas para o campo de batalha", disse Asif.
O ministro acrescentou que as "capacidades" (armamento nuclear) vão ser disponibilizadas à Arábia Saudita, no âmbito do novo acordo respeitante ao setor da defesa.
Os dois países assinaram o acordo na quarta-feira, declarando que um ataque a uma das duas nações "será um ataque a ambas".
Na quarta-feira, os países não responderam a perguntas sobre o tratado nem especificaram o detalhes sobre o eventual acesso ao arsenal nuclear do Paquistão por parte de Riade.
De acordo com a Associated Press (AP), a medida é encarada como um sinal para Israel, há muito considerado o único país do Médio Oriente com armas nucleares.
O acordo para a área da defesa entre o Paquistão e o reino saudita acontece depois do ataque israelita contra os líderes do Hamas no Qatar, na semana passada, que matou seis pessoas e gerou novas preocupações entre os países do Golfos sobre a segurança.
A Arábia Saudita está há muito associada ao programa nuclear do Paquistão.
O brigadeiro-general aposentado do Paquistão, Feroz Hassan Khan, citado pela AP, afirmou que a Arábia Saudita forneceu um "generoso" apoio financeiro ao Paquistão, permitindo a continuidade do programa nuclear, especialmente quando o país se encontrava afetado por sanções.
O Paquistão enfrentou durante anos as sanções dos Estados Unidos devido à construção da bomba atómica e viu novas sanções impostas pela atividade com mísseis balísticos.
O Paquistão desenvolveu um programa de armas nucleares para se igualar à posse de bombas atómicas da Índia.
Os dois países vizinhos travaram várias guerras entre si e voltaram a estar perto de um conflito após um ataque a turistas em abril na região de Caxemira controlada pela Índia.
A Índia dispõe de 172 ogivas nucleares, enquanto o Paquistão possui 170, de acordo com o Boletim de Cientistas Atómicos publicado nos Estados Unidos.
Leia Também: Irão apresentou aos países europeus nova proposta sobre programa nuclear