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França suspende cooperação antiterrorista com Mali e expulsa 2 diplomatas

A França suspendeu a cooperação antiterrorista com o Mali e expulsou dois diplomatas malianos, em resposta à detenção de um diplomata francês em Bamako, em agosto, informou hoje uma fonte diplomática francesa.

França suspende cooperação antiterrorista com Mali e expulsa 2 diplomatas

© Lusa

Lusa
19/09/2025 07:37 ‧ há 5 dias por Lusa

Mundo

Bamako

Os dois diplomatas, membros da embaixada e do consulado do Mali em Paris, foram "declarados 'persona non grata' e têm até sábado para abandonar o país", disse a fonte à agência de notícias France-Presse (AFP).

 

Em 15 de agosto, a junta militar que governa o Mali anunciou a detenção de um cidadão francês suspeito de trabalhar para o "serviço de informações francês".

As autoridades do Presidente Assimi Goïta acusaram "Estados estrangeiros" da autoria moral de uma tentativa de desestabilização das instituições liderada por "um pequeno grupo de elementos marginais das forças de segurança armadas do Mali".

O Ministério dos Negócios Estrangeiros francês falou de "acusações infundadas" e pediu a "libertação imediata" do detido, um membro da embaixada francesa no país da África Ocidental.

"O Mali está a violar deliberadamente uma das regras mais fundamentais do direito internacional, pois trata-se de um agente diplomático devidamente credenciado pelas autoridades", disse a fonte à AFP.

"Perante um ato tão grave e hostil, a França decidiu suspender a cooperação com o Mali na luta contra o terrorismo naquele país, para a qual o agente, que foi preso arbitrariamente, vinha contribuindo até à sua detenção", acrescentou.

Segundo a fonte, as autoridades de Bamako, informadas das medidas francesas, reagiram na quarta-feira declarando 'persona non grata' "cinco funcionários" da embaixada francesa, que já tinham abandonado o Mali no domingo.

"Informámos as autoridades malianas, através do seu encarregado de negócios em Paris, que outras medidas seriam implementadas a curto prazo se o nosso cidadão não fosse libertado rapidamente", acrescentou a fonte diplomática.

O Mali enfrenta desde 2012 uma profunda crise de segurança, alimentada, nomeadamente, pela violência de grupos afiliados da Al-Qaida e do Estado Islâmico, bem como de grupos criminosos comunitários.

O país, com um longo historial de agitação política, é governado por uma junta militar, que chegou ao poder após dois golpes de Estado, em 2020 e 2021.

Desde então, as autoridades de Bamako afastaram-se dos parceiros ocidentais, nomeadamente França, para se virarem política e militarmente para a Rússia.

O exército maliano e mercenários russos do Africa Corps (ex-Wagner) - encarregados, em particular, de perseguir os fundamentalistas - são regularmente acusados de cometer abusos contra civis.

Apesar das relações tensas, persistia até agora a cooperação entre os serviços de informação malianos e franceses na luta contra o terrorismo.

Leia Também: Jihadistas atacam empresas chinesas no Mali em ofensiva económica

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