Uma mulher de 95 anos foi acusada de ter matado uma sobrevivente do Holocausto com 89 anos, num lar de Coney Island, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, esta quarta-feira.
O crime ocorreu por volta das 22h30 (hora local) de domingo, tendo as autoridades encontrado Nina Kravtsov “deitada na cama, sem reação, coberta de sangue e com marcas de cortes no rosto e na cabeça”, noticiou a ABC News.
A idosa, que nasceu na Ucrânia e terá sobrevivido ao Holocausto, foi transportada para uma unidade hospitalar, onde acabou por morrer, na segunda-feira.
Por seu turno, Galina Smirnova, de 95 anos, foi encontrada por enfermeiras a lavar as mãos cobertas de sangue, assim como o quarto que dividia há dois dias com a vítima.
A arma do crime terá sido um pedal de uma cadeira de rodas, que foi localizado no exterior do edifício, segundo o Ministério Público de Brooklyn.
O advogado da família de Kravtsov, Randy Zelin, considerou que a demência da agressora pode vir a desempenhar um papel jurídico de duas maneiras: num processo civil contra o lar, que não deveria de ter colocado uma doente com demência a partilhar o quarto com outro utente sem qualquer supervisão, e no argumento de que Smirnova não tinha noção do que estava a fazer.
“A demência pode provocar, do nada e sem motivo aparente, um acesso de raiva total. Portanto, essa é a defesa. Agora, será interessante ver como isso se desenrola, tendo em conta o facto de ela ter aparentemente deitado fora a peça da cadeira de rodas e lavado as mãos na casa de banho. De repente, começamos a perceber que talvez ela soubesse o que estava a fazer”, disse Zelin à ABC 6.
E salientou: “A família está de luto em todos os sentidos da palavra. É minha responsabilidade garantir que seja feita justiça a uma mulher que sobreviveu ao Holocausto, mas não conseguiu sobreviver a um lar de idosos.”
A agressora foi indiciada na manhã de quarta-feira no tribunal criminal de Brooklyn e está detida sem fiança.
Leia Também: "Ato de bondade". Motorista TVDE leva – e acompanha – jovem às urgências