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Macron acusa governo israelita de "destruir solução de 2 Estados"

O Presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu hoje o reconhecimento do Estado palestiniano para impedir a "destruição da possibilidade da solução de dois Estados" pelo governo israelita, admitindo a possibilidade de sanções a este.

Macron acusa governo israelita de "destruir solução de 2 Estados"

© PIERRE-PHILIPPE MARCOU/AFP via Getty Images

Lusa
18/09/2025 20:22 ‧ há 1 semana por Lusa

Numa entrevista transmitida hoje pelo Canal 12 de Israel, Macron afirmou que o governo de Benjamin Netanyahu, e sobretudo "alguns ministros" israelitas, têm privilegiado uma abordagem que visa tornar impossível a solução de dois Estados, através de ações militares e políticas nos territórios palestinianos.

 

"Este é o último minuto antes que se torne totalmente impossível propor dois Estados --- palestiniano e israelita", disse Macron.

Se o governo de Netanyahu continuar a sua ofensiva em Gaza, advertiu, a Europa terá de abrir "um novo debate" sobre a imposição de sanções contra Israel.

"Não sou a favor de um boicote (...). Agora, após esta nova fase na Cidade de Gaza, que é claramente um erro grave, teremos de abrir um novo debate na Europa sobre a imposição de sanções. Primeiro, sanções dirigidas contra indivíduos-chave que, por exemplo, apoiam os colonatos", disse Macron.

Concluiu reiterando a mesma mensagem: "Se o governo (israelita) continuar com a operação em Gaza, um debate (sobre as sanções) é claramente necessário".

Ainda assim, Macron disse estar disponível para ir a Israel explicar a sua posição e quer "trabalhar" com Netanyahu.

Esta semana, as tropas israelitas iniciaram a anunciada incursão terrestre na Cidade de Gaza, procurando expulsar para a parte sul da Faixa os cerca de 600 mil palestinianos que ainda ali permanecem.

O Exército israelita afirmou que as unidades da força aérea e de artilharia atacaram a cidade de Gaza mais de 150 vezes nos últimos dias, antes da chegada das tropas terrestres.

Os ataques derrubaram prédios em zonas densamente povoadas por acampamentos de tendas onde estão abrigados milhares de palestinianos.

Israel afirma que estas torres estão a ser utilizadas pelo movimento islamita palestiniano Hamas para vigiar as tropas.

O Presidente francês, que juntamente com outros chefes de Estado e de governo pretende reconhecer o Estado palestiniano dentro de poucos dias na Assembleia Geral da ONU, defendeu ao Canal 12 de Israel o reconhecimento como "a melhor forma de isolar o Hamas", que Israel combate em Gaza há quase dois anos.

Depois de Israel ter anunciado um plano de construção de colonatos em grande escala que na prática dividiria a Cisjordânia, e com algumas vozes radicais dentro do governo de Netanyahu a proporem a anexação formal deste território ocupado, em resposta ao reconhecimento do Estado palestiniano por parte de alguns países, Macron afirmou que tal seria "injusto e irresponsável".

A anexação seria a "melhor prova" de que a intenção do governo de Netanyahu não é desmantelar o Hamas, mas sim "eliminar a possibilidade de dois Estados e negar ao povo palestiniano o direito de viver em paz", adiantou.

Uma anexação, defendeu seria "completamente contraproducente", incluindo para Israel.

Emmanuel Macron afirmou ainda que, devido às ações militares com morte e deslocamento de civis em Gaza, Israel está a "destruir totalmente" a sua "imagem e credibilidade" aos olhos da opinião pública mundial.

"Israel alcançou resultados únicos em termos de segurança", mas "conduzir este tipo de operações em Gaza é totalmente contraproducente e, devo dizer, um fracasso", disse o Presidente francês ao Canal 12.

Israel invadiu Gaza após o ataque de 07 de outubro de 2023 contra o seu território pelo Hamas e milícias palestinianas aliadas, que fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis.

Das 251 pessoas sequestradas nesse dia em Israel pelos movimentos palestinianos, 47 continuam em Gaza, das quais 25 foram declaradas mortas pelo exército israelita.

Os bombardeamentos e ataques israelitas já causaram 65.150 mortos em Gaza, em grande parte civis, segundo o ministério da Saúde do território, sob autoridade do Hamas, cujos dados são considerados fiáveis pela ONU.

Leia Também: Macron nomeará novo primeiro-ministro francês "nos próximos dias"

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