Num discurso perante o Conselho de Segurança da ONU, o diplomata norueguês, de 69 anos, afirmou estar "profundamente grato e em dívida para com o povo sírio, que tem demonstrado uma extraordinária coragem e humanidade ao longo dos anos".
"Como a minha família e colegas sabem, já há algum tempo que pretendia seguir em frente", disse Pedersen, acrescentando que permaneceu no cargo para "ajudar a orientar os esforços políticos da ONU durante os primeiros meses cruciais deste período histórico de transição política" iniciado após a queda do regime do ex-presidente Bashar al-Assad, em 2024.
Pedersen foi nomeado enviado especial em outubro de 2018, sucedendo a Staffan de Mistura. Durante o seu mandato, acompanhou as negociações internacionais para o fim da guerra civil síria e mediou os primeiros passos do atual Governo de transição em Damasco.
O regime de Al-Assad, que se exilou na Rússia, caiu na sequência de uma ofensiva de extremistas e rebeldes liderados pela coligação Hayat Tahrir al-Sham (HTS), cujo dirigente, Ahmad al-Sharaa, assumiu a presidência de transição.
Desde que ocupou o poder em Damasco, Al-Sharaa tem usado um discurso de conciliação nacional, após quase 14 anos de uma devastadora guerra civil, mas a estabilidade síria foi perturbada por episódios de violência sectária, que envolveram recentemente as minorias alauitas e beduínas e a comunidade drusa, apoiada por Israel.
Leia Também: Chefe da diplomacia síria vai a Washington falar sobre sanções