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África ultrapassa n.º de mortes por cólera registado em todo o ano 2024

África já registou este ano mais de 5.600 mortes por cólera, ultrapassando até setembro o número de mortes e quase atingindo o número total de casos desta doença registados em 2024, anunciou hoje a União Africana.

África ultrapassa n.º de mortes por cólera registado em todo o ano 2024

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Lusa
18/09/2025 18:54 ‧ há 2 semanas por Lusa

Mundo

Cólera

"Estamos em setembro e já quase alcançámos o número total de casos que tivemos no ano passado. O número de mortes também é maior, o que sublinha a urgência de uma resposta continental coordenada", afirmou o subdiretor de incidentes dos Centros Africanos de Controlo e Prevenção de Doenças (Africa CDC), Yap Boum.

 

De acordo com os dados da agência, África registou este ano 5.633 mortes e 253.106 infeções, contra 4.725 mortes e 254.075 casos em 2024.

Os surtos mais recentes afetam o Chade, com 1.858 casos e 421 mortos, especialmente nas províncias de Wadai e Siladat, onde a sobrelotação e a chegada de refugiados em fuga da guerra civil no Sudão agravam a propagação.

Na semana passada, morreram no Chade 29 pessoas, "demasiadas para uma doença que pode ser prevenida e tratada", alertou Boum.

Na República Popular do Congo, os focos concentram-se em Bamu, Mosaka, Gamboma e Congo Ubangi. Embora esta semana não tenham sido registadas mortes, em comparação com as 27 da semana anterior, a vigilância será reforçada com o envio de 200 trabalhadores comunitários em coordenação com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Em termos cumulativos com dados deste ano, países como o Sudão do Sul (73.210 casos), Sudão (58.164 casos) e República Democrática do Congo (49.329 casos) continuam a ser os mais afetados.

Boum alertou que a doença continua a atingir zonas altamente vulneráveis, o que "recorda a necessidade crítica de uma abordagem multissetorial", e sublinhou a importância de garantir acesso a água potável e saneamento através da cooperação entre ministérios e agências humanitárias.

No total, 23 países africanos, entre os quais Angola e Moçambique, notificaram este ano casos desta doença diarreica aguda causada pela ingestão de alimentos ou água contaminados com a bactéria 'Vibrio cholerae', associada principalmente a más condições de saneamento e acesso limitado a água limpa.

Embora seja uma doença tratável que afeta tanto crianças como adultos, a cólera pode ser letal se não for tratado a tempo.

Para combater esta realidade, o Governo de Moçambique anunciou, em 16 de setembro, que quer eliminar a cólera "como um problema de saúde pública" no país até 2030. 

Para tal, foi aprovado, em Conselho de Ministros, um plano de eliminação avaliado em 409 milhões de euros.

Leia Também: OMS alerta para agravamento de surtos de cólera no mundo

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