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Egito afirma que não vai tolerar saída forçada da população de Gaza

O governo egípcio afirmou hoje que não vai tolerar a saída forçada da população da Faixa de Gaza pelos israelitas, acrescentando ainda que Israel tem uma visão de futuro para a região muito diferente da dos países árabes.

Egito afirma que não vai tolerar saída forçada da população de Gaza

© Sayed Hassan/Getty Images

Lusa
17/09/2025 15:16 ‧ há 2 semanas por Lusa

"Os palestinianos não devem ser forçados a abandonar a sua terra natal. Não toleraremos uma segunda 'Nakba'", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio, Badr Abdelatty, referindo-se ao termo utilizado para a deslocação em massa da população palestiniana após a guerra de 1948, que deu início à criação do Estado de Israel.

 

"Somos firmemente contra qualquer tipo de deslocação do povo palestiniano. A própria noção de deslocação é corrupta do ponto de vista moral e legal, para não mencionar que é diretamente ilegal", afirmou o ministro egípcio, numa entrevista ao jornal egípcio Al-Ahram.

Abdelatty sublinhou que "não há razão para forçar os palestinianos a abandonarem a sua terra natal e aquilo que está a acontecer em Gaza não se assemelha em nada a uma deslocação voluntária".

"Esta é uma linha vermelha clara para o Egito, cuja violação teria repercussões graves para a segurança e estabilidade da região", acentuou.

As autoridades israelitas emitiram dezenas de ordens de evacuação para a Faixa de Gaza, empurrando a população para sul, quando há pedidos do Governo israelita para a deslocação forçada da população palestiniana para outros países, com o objetivo de uma ocupação de todo o território costeiro, algo que é rejeitado pela maioria da comunidade internacional.

Abdelatty criticou ainda Israel pelas suas ações na Faixa de Gaza, afirmando que o Governo israelita "está a lançar as sementes do ódio e da animosidade, não as da paz e da coexistência".

"Os crimes horríveis que cometeu em Gaza deixarão uma marca duradoura que terá impacto nas gerações futuras", acrescentou.

"A sua fixação no uso excessivo da força é míope e afasta a região de qualquer esperança de paz", lamentou o ministro egípcio, embora tenha sublinhado que o Egito "continua compremetido" com o acordo de paz assinado com Israel em 1979, quando se tornou o primeiro país árabe a dar este passo e a normalizar as relações diplomáticas com Telavive.

Neste sentido, Abdelatty defendeu que este acordo "representa os pilares da paz e da estabilidade na região", sublinhando que "não deve ser minado".

"O Egito iniciou a viagem de paz no Médio Oriente. Fomos pioneiros e a nossa visão tem sido consistentemente aquela que prevê palestinianos e israelitas a viver em paz, liberdade e dignidade", acrescentou.

No entanto, Abdelatty realçou que "a responsabilidade [pela busca da paz] não recai apenas sobre o Egito", um dos países mediadores, juntamente com os Estados Unidos e o Qatar da guerra na Faixa de Gaza.

"É obrigação coletiva da comunidade internacional e do Conselho de Segurança das Nações Unidas impedir uma maior deterioração da paz e da segurança regionais e conter a propagação do conflito", afirmou.

O ministro egípcio também aplaudiu os recentes anúncios de vários países --- incluindo França, Canadá, Reino Unido, Austrália, Portugal, Espanha e Luxemburgo --- sobre o reconhecimento do Estado da Palestina, que descreveu como "um passo significativo e histórico que reflete o crescente apoio global à causa palestiniana".

"Estes reconhecimentos constituem um passo fundamental para a afirmação dos direitos legítimos do povo palestiniano, incluindo o direito à autodeterminação e o estabelecimento de um Estado independente dentro das fronteiras definidas em 4 de junho de 1967, com Jerusalém Oriental como a sua capital", argumentou.

A ofensiva israelita contra a Faixa de Gaza, lançada após os ataques de 07 de outubro de 2023, já provocou mais de 65 mil mortes de palestinianos, segundo as autoridades de Gaza controladas pelo Hamas, quando surgem denúncias internacionais sobre as ações do exército israelita no enclave, particularmente no que diz respeito ao bloqueio das entregas de ajuda humanitária.

Leia Também: Irão acusa Israel de "cometer genocídio" com ajuda dos EUA

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