Na terça-feira, uma comissão internacional independente de investigação da Organização das Nações Unidas (ONU) acusou formalmente o atual governo de Israel de cometer genocídio na Faixa de Gaza, desde o início da guerra contra o movimento palestiniano, em 07 de outubro de 2023, com a "intenção de destruir" os palestinianos.
"Aquilo a que estamos a assistir em Gaza não é só uma catástrofe humana sem precedentes, mas aquilo que a comissão de inquérito da ONU concluiu agora tratar-se de um genocídio", lê-se no texto, assinado por numerosos responsáveis de ONG como Norwegian Refugee Council, Anera ou Save the Children.
"O Estados têm de usar todas as ferramentas políticas, económicas e legais possíveis ao seu dispor para para intervirem. Medidas retóricas ou meias-medidas não sao suficientes. Este momento exige ação concreta", pediram.
Entretanto, Israel anunciou que ia abrir pelas 12:00 (10:00, em Lisboa), e durante 48 horas, uma segunda estrada que atravessa a Faixa de Gaza, para a população poder deslocar-se.
"Poderão viajar pela autoestrada Salah al-Din e depois continuar para sul a partir de Wadi Gaza" (centro), lê-se em comunicado do porta-voz do exército de Israel em árabe, Avichay Adraee, na rede social X.
Salah al-Din atravessa a Faixa de Gaza de norte a sul, no leste do enclave, paralelamente à fronteira com o território israelita. A outra rota já aberta, a autoestrada Rashid, também atravessa todo o enclave, mas no oeste, em paralelo com a costa.
No entanto, a maioria dos refugiados encontra-se no oeste da Cidade de Gaza em acampamentos à beira-mar, para onde o exército israelita lhes disse para irem, à medida que a ofensiva na zona avança a partir de leste e norte.
Estima-se que cerca de um milhão de palestinianos estava ainda na cidade de Gaza antes dos avisos para evacuar perante o iminente ataque israelita contra a maior cidade do enclave.
As Forças de Defesa de Israel calculam que cerca de 350 mil pessoas tenham abandonado a cidade, enquanto a ONU declarou que foram perto de 240 mil as pessoas que fugiram de Gaza no último mês.
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