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Governo palestiniano saúda relatório da ONU que acusa Israel de genocídio

O governo palestiniano aplaudiu hoje o relatório de uma comissão de inquérito da ONU que concluiu que Israel está a cometer genocídio na Faixa de Gaza.

Governo palestiniano saúda relatório da ONU que acusa Israel de genocídio

© Reuters

Lusa
16/09/2025 18:02 ‧ há 2 semanas por Lusa

O executivo palestiniano sediado em Ramallah, na Cisjordânia, sublinhou que tal documento "prova sem margem para dúvidas" que as ações das autoridades israelitas no enclave se enquadram na classificação de genocídio.

 

O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) afirmou, num comunicado publicado na conta do Estado da Palestina na rede social X, que Israel está a levar a cabo este genocídio "através de uma política deliberada e generalizada destinada a destruir de forma sistemática o povo palestiniano".

"O relatório confirma que a ocupação cometeu atos que constituem os elementos fundamentais do crime de genocídio, nos termos da Convenção de 1948, incluindo assassínios em massa, manutenção de um cerco asfixiante e fome sistemática, destruição generalizada de infraestruturas civis e ataques diretos a crianças e mulheres", sublinhou.

Para o MNE palestiniano, "tais conclusões constituem uma firme advertência, do ponto de vista do Direito Internacional, revelando a natureza da guerra criminosa [de Israel em Gaza] que ameaça desestabilizar as fundações de todo o sistema jurídico internacional".

"Especialistas em Direito Internacional e investigadores independentes concordaram unanimemente que aquilo a que o nosso povo está a ser submetido em Gaza constitui inequivocamente um crime de genocídio em toda a sua extensão, no contexto de um consenso internacional crescente sobre este facto evidente", sustentou.

Segundo o MNE palestiniano, as conclusões do relatório "refletem um nível de brutalidade sem precedentes e uma determinação de destruir as vidas e a existência dos palestinianos", pelo que "a situação em Gaza é uma catástrofe humanitária que não admite complacência nem demoras".

"A força de ocupação ilegal continua a cometer as mais atrozes violações em flagrante desafio às decisões do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) e à vontade da comunidade internacional", denunciou, vincando que a comunidade internacional tem a "responsabilidade legal e moral" de "tomar medidas imediatas e urgentes".

Apelou para "medidas práticas e decisivas para deter o genocídio, dar proteção ao povo palestiniano, cessar todo o tipo de apoio militar e político a Israel, a potência ocupante, e impor sanções à potência ocupante", uma vez que "o contínuo silêncio internacional perante estes crimes atrozes coloca o mundo numa posição de cumplicidade, o que representa uma grave ameaça para a paz e a segurança internacionais".

Os investigadores da comissão da ONU determinaram que as autoridades e as forças israelitas cometeram pelo menos quatro dos cinco atos descritos como genocidas na Convenção contra o Genocídio de 1948 e apontaram também como prova declarações explícitas das autoridades de Israel.

Israel declarou a 07 de outubro de 2023 uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o movimento islamita palestiniano Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis, e sequestrando 251.

A guerra fez, até agora, pelo menos 64.964 mortos, na maioria civis, e 165.312 feridos, além de milhares de desaparecidos, presumivelmente soterrados nos escombros, e mais alguns milhares que morreram de doenças e infeções, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.

Prosseguem também diariamente as mortes por fome, causadas pelo bloqueio de ajuda humanitária durante mais de dois meses, seguido da proibição israelita de entrada no território de camiões com ajuda de agências humanitárias da ONU e organizações não-governamentais (ONG).

Alguns mantimentos estão desde então a entrar a conta-gotas e a ser distribuídos em pontos considerados "seguros" pelo Exército, que regularmente abre fogo sobre civis palestinianos famintos.

Leia Também: Mais de 10 mil crianças em Gaza sofrem de subnutrição aguda, diz UNICEF

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