"A operação militar em grande escala na cidade não é mais do que um novo capítulo na guerra sistemática de genocídio e limpeza étnica contra o nosso povo em Gaza", afirmou o movimento islamita palestiniano em comunicado.
O Exército israelita confirmou hoje que as suas tropas terrestres estão agora dentro da cidade de Gaza, após semanas de intenso bombardeamento dos bairros residenciais e arranha-céus, onde se estima permanecerem entre 2.000 e 3.000 militantes do Hamas.
A ofensiva coincide com a divulgação de um relatório da Comissão Internacional Independente de Inquérito das Nações Unidas, que classificou a situação na Faixa de Gaza como genocídio.
O documento refere que as forças israelitas realizaram quatro dos cinco atos definidos como genocidas: assassinato, danos físicos ou mentais graves, condições de vida destinadas a destruir o grupo e imposição de medidas para impedir nascimentos.
O Hamas acusa Israel de violar todas as normas e leis internacionais e responsabiliza os Estados Unidos como "principal parceiro no genocídio e na limpeza étnica que ocorrem na Faixa de Gaza".
O movimento palestiniano apelou ainda à comunidade internacional para adotar medidas "responsáveis e decisivas" para travar a guerra, levantar o cerco e deter os "planos expansionistas" do Governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a que chamou "fascista".
De acordo com uma contagem feita por jornalistas no enclave com base em dados da morgue, pelo menos 83 residentes de Gaza morreram hoje, 73 deles na capital.
O balanço global do conflito ascende já a quase 65.000 mortos, incluindo mais de 19.400 crianças.
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