Routh escolheu defender-se a si mesmo em tribunal, uma vez que recusou o advogado atribuído, num julgamento que começa quase um ano depois de um dos agentes dos serviços secretos o ter detetado antes de Trump aparecer e disparou, fazendo Routh largar a arma e fugir do local.
O homem fez as suas declarações iniciais no julgamento, que está a decorrer no distrito sul da Florida (oeste), em Fort Pierce, com a juíza Aileen M. Cannon a interrompe-lo por "gozar com a dignidade do tribunal", de acordo com informações da imprensa com acesso ao tribunal citadas pela agência Efe.
"Peço desculpa por vos ocupar o tempo e causar transtornos nas vossas vidas, peço desculpa", frisou Routh ao júri numa declaração que incluiu também referências à evolução humana e aos irmãos Wright, inventores do avião.
"Este caso não significa absolutamente nada. Uma vida foi vivida ao máximo", acrescentou antes de a juíza o impedir de continuar a falar.
O procurador que representa o Governo federal, John Shipley, proferiu uma mensagem com mais de 40 minutos de duração na qual acusou o suspeito de querer "tirar a decisão aos eleitores norte-americanos" ao tentar assassinar Trump em setembro de 2024, dois meses antes das eleições presidenciais.
O procurador acusou Routh, um trabalhador da construção civil de 59 anos da Carolina do Norte, de planear o ataque desde o verão passado, usando três pseudónimos e 10 telemóveis.
Ryan Routh© REUTERS
E sublinhou que o arguido tinha um plano "cuidadosamente elaborado e sério" para assassinar o atual Presidente e leu mensagens em que afirmava que "Trump não pode ser eleito" e "precisa de sair".
O julgamento, que deverá terminar em 01 de outubro, está a atrair renovadas atenções por ter ocorrido um dia após o assassinato de Charlie Kirk, um ativista conservador de 31 anos próximo de Trump, que culpou a "esquerda radical" pelo homicídio.
Além disso, o suspeito está a defender-se a si mesmo apesar das recomendações da juíza, enquanto os procuradores o acusam de estar a encenar "um circo" para tentar prejudicar a imagem do magnata republicano.
O homem declarou-se inocente em setembro de 2024 das cinco acusações que enfrenta, incluindo tentativa de assassinato de um candidato presidencial, posse de arma de fogo para promover um crime de violência e agressão a um funcionário federal.
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