O desfile de hoje, organizado, como habitualmente, pela Assembleia Nacional Catalã, uma plataforma da sociedade civil, confirmou a tendência dos últimos anos de desmobilização dos independentistas na Catalunha (nordeste de Espanha) a 11 de setembro, quando se celebra o dia da região, conhecido como Diada.
As 62 mil pessoas que no ano passado estiveram na manifestação de Barcelona foram também já quase metade das 115 mil de 2023.
O número avançado pela polícia é o mais baixo em mais de uma década, à exceção dos anos da pandemia de covid-19, e está longe da mobilização alcançada entre 2012 e 2018, quando o Dia Nacional da Catalunha se transformou numa jornada de reivindicação da independência e as manifestações levaram às ruas centenas de milhares de pessoas, superando um milhão em alguns anos.
As manifestações da Diada pela independência perderam poder de mobilização nos últimos anos, na sequência da tentativa falhada de autodeterminação de 2017.
Além das manifestações, também os partidos independentistas têm perdido terreno e a Catalunha tem desde agosto de 2024 um governo não separatista pela primeira vez em 14 anos, liderado pelo socialista Salvador Illa.
Pela primeira vez em mais de 40 anos de democracia em Espanha, não há sequer um membro no governo regional catalão que seja de um partido separatista.
Ainda assim, dois partidos independentistas - Esquerda Republicana da Catalunha e Juntos pela Catalunha - mantêm influência decisiva na política espanhola, por integrarem a "geringonça" que viabilizou, no parlamento, o atual Governo de Espanha, liderado pelo socialista Pedro Sánchez.
A manifestação de hoje de Barcelona foi encabeçada por uma faixa com a frase: "Mais motivos do que nunca. Independência".
Além de Barcelona, houve manifestações noutras duas cidades catalãs: Girona (12.000 pessoas) e Tortosa (6.500).
Segundo os dados das polícias locais, no total, as manifestações da Diada em toda a Catalunha somaram 41.500 pessoas, face às 73.500 de 2023.
Leia Também: Espanha quer Israel banido do desporto: "Como se fez com a Rússia"