A Rússia guardou blindados durante todo o ano e pode fazer avançar 150 mil soldados em direção a Pokrovsk, onde se prevê uma grande batalha com as forças ucranianas, numa importante zona na defesa da região de Donetsk.
A agência de notícias ucraniana Euromaidan antecipou, num artigo, a preparação de uma importante batalha pelos dois lados.
O Exército ucraniano criou a 156.ª Brigada de Infantaria na primavera de 2024, uma unidade que, pouco tempo depois, se converteu numa brigada mecanizada com veículos blindados adicionais. Esta brigada recrutou e treinou os seus milhares de soldados durante o outono e o inverno e, este verão, foi enviada para a linha da frente na região de Sumy, no norte da Ucrânia.
Atualmente, a 156.ª Brigada Mecanizada é uma das crescentes unidades ucranianas que avançam para sul, para a região de Donetsk, para enfrentar uma massa de tropas e tanques russos prontos para atacar a cidade-fortaleza de Pokrovsk.
O operador ucraniano de drones Kriegsforscher descreveu esta como uma "última, derradeira batalha".
Com a derrota da sua incursão liderada pela infantaria a nordeste de Pokrovsk nas últimas semanas, o Kremlin (presidência ucraniana) tomou uma decisão importante.
De acordo com o artigo da Euromaidan, em vez de desistir de Pokrovsk, Moscovo redobrou a força e enviou reforços pela cidade para o que se configura como uma poderosa ofensiva liderada por tanques.
Poderá haver 150.000 soldados russos concentrados em redor de Pokrovsk, pode ler-se no artigo da agência ucraniana.
A queda de Pokrovsk abriria caminho para as últimas grandes posições defensivas da Ucrânia em Donetsk, forçando potencialmente uma retirada estratégica que poderia remodelar toda a frente leste.
Ao longo de 2025, os regimentos russos atacaram sobretudo a pé ou de moto e a razão é entendida agora como uma poupança de recursos.
"Lentamente, mas com segurança, está a ser comprovado que a Rússia estava de facto a reter os blindados na retaguarda e a reduzir os ataques mecanizados ao mínimo", observou o analista Jompy.
O confronto que se avizinha "será maior e mais sangrento" do que as batalhas de infantaria que eram comuns em Pokrovsk no início deste ano, alertou o analista finlandês Joni Askola.
As brigadas ucranianas mais antigas em torno de Pokrovsk são hábeis na destruição de tanques, mas os soldados relativamente inexperientes da 156.ª Brigada Mecanizada devem ser capazes de aprender as táticas padrão rapidamente.
Nos 43 meses desde que a Rússia alargou a sua guerra contra a Ucrânia, as forças ucranianas destruíram, danificaram ou capturaram cerca de 4.100 tanques russos, representando mais tanques do que os regimentos russos tinham em serviço na linha da frente antes da guerra mais ampla, salientou ainda a agência de notícias.
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