Os três dirigentes demitidos - Brian Driscoll, Steven Jensen e Spencer Evans, que juntos somam 60 anos de serviço no FBI - descrevem no processo como "ilegal" a sua demissão a 08 de agosto pelo diretor da agência, Kash Patel, e exigem a sua reintegração.
De acordo com a cadeia televisiva NBC, o processo visa Patel e a procuradora-geral Pam Bondi.
Os agentes afirmam terem sido punidos pela sua "recusa em politizar o FBI", nomeadamente por se oporem à demissão de agentes considerados pelo executivo insuficientemente alinhados com as suas prioridades ou que foram denunciados publicamente por apoiantes de Trump.
Contactado pela AFP sobre estas alegações, o FBI recusou comentar por agora.
Driscoll foi diretor interino do FBI durante o primeiro mês após a tomada de posse de Trump, até a entrada em funções de Kash Patel, advogado e ex-procurador conhecido como apoiante incondicional do Presidente republicano.
De acordo com a queixa, numa reunião a 05 de agosto Patel disse a Driscoll que a sua capacidade de manter o seu emprego dependia do afastamento dos agentes que trabalharam nos casos que envolveram o Presidente.
"O FBI tentou prender o Presidente, e ele não se esqueceu disso", disse Patel durante a conversa com Brian Driscoll, segundo o documento.
"Patel reconheceu que isso violaria diretamente os procedimentos internos do FBI" e reconheceu "que sabia que a natureza das demissões sumárias era provavelmente ilegal e que poderia ser processado e posteriormente afastado", refere a queixa judicial.
O processo afirma ainda que certos agentes foram especificamente designados para afastamento.
Por exemplo, adianta, o vice-diretor do FBI, Dan Bongino, ordenou a Jensen que despedisse um agente específico que era alvo da Casa Branca de Trump.
A ação foi interposta por Driscoll; por Steven Jensen, antigo diretor assistente responsável pelo gabinete em Washington; e por Spencer Evans, antigo agente especial responsável pelo gabinete em Las Vegas.
Trump tem insistentemente atribuído os processos criminais contra si à "instrumentalização da justiça" por parte do governo democrata do seu antecessor, Joe Biden.
Em março, num raro discurso presidencial no Departamento de Justiça, Trump afirmou que os processos de que foi alvo "violaram a lei a uma escala colossal".
"Perseguiram a minha família, a minha equipa e os meus apoiantes, invadiram a minha residência em Mar-a-Lago e fizeram tudo o que estava ao seu alcance para impedir que eu me tornasse Presidente", adiantou.
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