Mais de 200 sirenes instaladas nos últimos anos em Berlim vão ser ativadas às 11h00 locais (10h00 em Lisboa), segundo a agência de notícias espanhola EFE.
Durante um minuto, a população ouvirá um som muito forte que aumentará e diminuirá de intensidade, precisou a responsável pelo Interior da cidade-estado, Iris Spranger.
A última das sirenes que antes eram comuns em toda a Alemanha foi desmantelada em Berlim em 1993, porque já não eram consideradas necessárias.
O desmantelamento seguiu-se ao fim da Guerra Fria, com o colapso da União Soviética e o derrube do Muro de Berlim, que dividiu a cidade e, ao mesmo tempo, as esferas de influência ocidental e soviética.
Spranger disse que o contexto de segurança mudou, referindo-se às alterações climáticas com fortes tempestades, cortes de eletricidade, ciberataques e a atual situação mundial com uma guerra de agressão na Europa, travada pela Rússia contra a Ucrânia.
As sirenes instaladas nos últimos anos encontram-se principalmente nos telhados do centro da cidade, densamente povoado, e em pontos turísticos.
Constituem "o meio de alerta mais importante quando se dorme", afirmou.
A instalação, que deveria ter sido concluída há anos, foi adiada devido a problemas de abastecimento, escassez de pessoal qualificado e falta de fundos federais.
Por estas razões, Berlim foi, em 2024, o único dos 16 estados federados em que as sirenes não soaram durante o simulacro de emergência, embora, nesse caso, tenha sido devido a um problema técnico.
Agora, está previsto que, até ao final do ano, a capital conte com 450 sirenes operacionais, às quais serão adicionadas mais de cem nos próximos dois anos, principalmente nas zonas periféricas.
As medidas que serão aplicadas no simulacro de emergência incluem também alertas a partir de aplicações móveis como NINA e KATWARN, bem como SMS automáticos para todos os telemóveis e mensagens na rádio e televisão.
Iris Spranger reconheceu o escasso avanço dos 44 centros de proteção civil a serem criados nos diferentes distritos da cidade e concebidos como o primeiro ponto de contacto para a população em caso de catástrofe.
Até ao momento, apenas 14 desses centros estão operacionais e somente outros quatro estão prontos para entrar em funcionamento.
Os centros podem ser utilizados pelos cidadãos para obter informações e fazer chamadas de emergência em caso de catástrofes em que o fornecimento de eletricidade e dados seja interrompido.
Quatro desses centros foram colocados à disposição da população do distrito de Treptow-Köpenick, no sudeste de Berlim, na terça-feira, depois de cerca de 50.000 residências terem ficado sem energia elétrica devido a um incêndio em dois postes elétricos.
A polícia disse que o incêndio foi provocado e suspeita que tenha motivações políticas.
Vinte mil residências continuavam sem energia hoje de manhã e a empresa de eletricidade de Berlim avisou que o restabelecimento do fornecimento para todos os clientes afetados ocorrerá ao longo da quinta-feira.
Outra das novidades do novo sistema de Berlim é a cooperação mais estreita com as Forças Armadas, segundo a página da cidade na internet.
"Ao contrário do controlo de catástrofes, que é da responsabilidade dos estados federais, o governo federal é responsável pela defesa civil em caso de guerra", explicaram as autoridades.
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