O CEO de uma empresa de fertilizantes russa foi encontrado decapitado debaixo de uma ponte em Kaliningrado, na segunda-feira, dia 8 de setembro.
Segundo relata o The Moscow Times, o corpo de Alexei Sinitsyn, de 43 anos, estava amarrado a uma corda de reboque quando foi descoberto pelas autoridades russas.
A investigação considera provável que se trate de um caso de suicídio, mas ainda está a tentar estabelecer as circunstâncias que levaram à morte do CEO e, portanto, esta informação não foi comunicada com certezas.
Para além disso, o Le Parisien, que cita o Vedomosti, diz que foram observados traços de trauma no corpo da vítima, que podem ser coincidentes com uma situação em que o CEO se tenha tentado defender de um possível agressor.
A empresa que Sinitsyn chefiava, a K-Potash Service, está desde 2014 a trabalhar na construção de uma mina de sal de potássio e magnésio e de uma planta de processamento. O projeto era visto como promissor e capaz de colocar a empresa como líder global em fertilizantes sem cloro.
O projeto, considerado ambicioso, era suposto ter sido concluído até 2021, mas acabou por ser adiado para 2032, mais de uma década após da data inicial.
Uma decisão de outubro de 2022 de um tribunal regional, considerou que a empresa de Sinitsyn estava com “sérias dificuldades financeiras” - e será, por isso, que o projeto teve de ser adiado por tanto tempo.
A K-Potash Service está envolvida em disputas judiciais há já vários anos com o Serviço Federal Russo de Supervisão dos Recursos Naturais.
Segundo relatos, a empresa tinha investimentos planeados no valor de 528 milhões de libras esterlinas (cerca de 610 milhões de euros).
No dia em que o empresário foi encontrado, a imprensa local noticiou que Sinitsyn tinha ligações financeiras com Alexander Subbotin, um antigo gestor de topo da Lukoil, a segunda maior empresa petrolífera da Rússia.
Subbotin foi encontrado morto em maio de 2022 na cave de uma casa em Mytishchi, no oblast de Moscovo.
Desde 2022, quando começou a guerra entre a Ucrânia e a Rússia, houve, pelo menos, 19 altos funcionários e empresários russos (nomeadamente, os que estão ligados a corporações envolvidas no negócio do petróleo e do gás) que morreram em circunstâncias peculiares.
No início de julho deste ano, após ser demitido do cargo pelo presidente da Rússia, o, então, ministro dos Transportes, Roman Trovit, foi encontrado morto com um tiro na cabeça.
Leia Também: Rússia afirma que "não houve intenção de atacar alvos" na Polónia