"Os detetives do Departamento de Homicídios da DCI (Direção de Investigações Criminais), com o apoio de especialistas do laboratório forense nacional, examinaram cuidadosamente o local e recolheram provas fundamentais para a investigação", explicaram as forças de segurança num comunicado.
"A DCI está empenhada em garantir que os autores deste ato atroz sejam levados à justiça", acrescentaram, pedindo ao público que forneça qualquer informação útil para esclarecer o tiroteio, ocorrido na terça-feira à tarde.
De acordo com um relatório policial recolhido pela imprensa local, os agentes encontraram a janela do motorista do veículo em que Mbobu circulava no bairro abastado de Karen, na capital, partida e o seu corpo banhado em sangue, juntamente com o seu telemóvel, que levaram como prova.
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"O corpo foi levado para a funerária (...), à espera da autópsia e identificação", acrescentou-se no documento, segundo o qual a vítima foi atingida com cinco tiros.
Ainda não se conhecem os motivos do assassínio, cujo autor fugiu.
Com três décadas de experiência profissional, Mbobu foi presidente do Tribunal de Disputas entre Partidos Políticos e lecionava Direito na Universidade de Nairobi, além de ter o seu próprio escritório e ter escrito vários artigos jurídicos de destaque no meio académico.
Num comunicado, Faith Odhiambo, presidente da Sociedade de Advogados do Quénia (LSK, na sigla em inglês), apresentou as suas condolências por este "crime abominável" e pediu que fosse tratado "com rapidez e firmeza".
"A profissão jurídica está consternada com a grave situação de segurança que os advogados enfrentam. Enquanto aguardamos os relatórios preliminares sobre a identidade do autor e o motivo, estamos preocupados que tudo isto tenha as características de um assassinato premeditado", afirmou Odhiambo.
Outras figuras proeminentes também lamentaram os acontecimentos, como o presidente da Assembleia Nacional (câmara baixa do parlamento) do Quénia, Moses Wetang'ula, que pediu "que seja feita justiça" e que os responsáveis sejam responsabilizados; ou o senador e secretário-geral do Partido Democrático Laranja (ODM), da oposição, Edwin Sifuna, ao recordar as "lições de vida" que recebeu de Mbobu quando era um jovem advogado.
Este incidente segue-se ao assassínio a tiro, em Nairobi, em abril passado, do deputado da Assembleia Nacional Charles Ong'ondo Were, cuja morte pode ter sido orquestrada, segundo os investigadores, por uma rede de crime organizado com acesso a importantes recursos financeiros.
Numa sequência semelhante, Were foi baleado pelo passageiro de uma motocicleta quando o seu veículo parou num semáforo vermelho, a pouco mais de três quilómetros do centro da capital queniana.
A polícia considerou então que o assassínio parecia "intencional e premeditado".
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