Segundo o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros polaco, Pawel Wronski, a chamada de Andrej Ordash fora já anunciada pelo próprio encarregado de negócios da embaixada russa em Varsóvia, em declarações à agência RIA Novosti.
Ordash assegurou ao meio de comunicação oficial russo que as acusações feitas após a "invasão" são "infundadas" e que Varsóvia "não apresentou nenhuma prova de que esses drones sejam de origem russa".
Wronski, por seu lado, indicou que o Ministério dos Negócios Estrangeiros polaco não revelará o conteúdo da nota antes de a entregar.
A Polónia considerou hoje que a violação do seu espaço aéreo pela Rússia constituiu "um ato de agressão".
Hoje de madrugada, a Rússia utilizou mais de 40 mísseis balísticos e de cruzeiro e 415 'drones' num ataque contra a Ucrânia, cujos efeitos se estenderam à Polónia.
Segundo o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pelo menos oito 'drones' kamikaze 'Shahed' foram lançados deliberadamente contra a Polónia, embora Varsóvia tenha falado de aproximadamente uma vintena de aparelhos.
'Drones' russos já haviam caído anteriormente em território de países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) vizinhos da Ucrânia, mas é a primeira vez que um deles é obrigado a abater veículos não tripulados da Rússia.
Por enquanto, o Kremlin e o Ministério da Defesa russo mantêm silêncio tanto sobre esta incursão como sobre a morte, na terça-feira, de 25 civis num ataque aéreo contra uma aldeia na região ucraniana de Donetsk.
O primeiro-ministro polaco anunciou hoje que vai invocar o artigo 4.º do Tratado da NATO, que prevê consultas entre todos perante ameaças à segurança de um dos Estados-membros, após a violação do seu espaço aéreo por 'drones' russos.
As conversações com os aliados "estão atualmente a assumir a forma de um pedido formal para ativar o artigo 4.º do Tratado do Atlântico Norte", avançou Donald Tusk ao parlamento polaco.
Segundo o artigo em causa, os Estados-membros da NATO "devem consultar-se mutuamente quando, a critério de qualquer um deles, a integridade territorial, a independência política ou a segurança de qualquer uma das partes estiver ameaçada".
Tusk acusou a Rússia de "provocação em grande escala", após a entrada de drones russos no espaço aéreo do país membro da União Europeia e da NATO, indicando que, durante a noite, a Polónia sofreu um total de 19 violações do seu espaço aéreo por aparelhos aéreos não tripulados ('drones' russos).
As Forças Armadas da Polónia anunciaram terem sido enviados, de imediato, aviões polacos e dos aliados.
"As aeronaves usaram armas contra objetos hostis", referiu o ministro da Defesa polaco, Wladysla Kosiniak-Kamysz, numa mensagem difundida através das redes sociais.
O ministro da Defesa referiu ainda que estava em contacto permanente com o comando da NATO. Também a Aliança Atlântica anunciou ter ajudado a Polónia a abater os 'drones' russos que invadiram o espaço aéreo polaco.
JSD (PMC/PSP) // JH
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