Nas redes sociais, indicou que tinha acordado com o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, durante uma reunião na cidade do Cairo, "sobre as modalidades práticas para retomar as inspeções no Irão" das atividades nucleares.
O acordo foi alcançado em reunião que teve também a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio Badr Abdelatty.
A reunião desenrolou-se em uma conjuntura sensível, dado que França, Alemanha e Reino Unido começaram em 28 de agosto o processo de reimposição de sanções ao Irão, por considerarem que este estava a desrespeitar o acordo de 2015, que visa impedi-lo de alcançar a arma nuclear.
Em 02 de julho, o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, assinou uma lei aprovada no parlamento que suspende toda a cooperação com aquela agência da Organização das Nações Unidas.
In Cairo today, agreed with Iran’s Foreign Minister @araghchi on practical modalities to resume inspection activities in Iran. This is an important step in the right direction.
— Rafael Mariano Grossi (@rafaelmgrossi) September 9, 2025
Grateful to Egypt’s @MfaEgypt Badr Abdelatty for his commitment and engagement. pic.twitter.com/ATg4AtH6C3
Esta decisão seguiu-se aos ataques de Israel e dos EUA às instalações nucleares iranianas.
Desde estes ataques, o único local inspecionado pela AIEA foi a centra de energia nuclear em Bushehr Nuclear Power Plant, que funciona com assistência técnica russa.
Aí assistiram, durante dois dias, a uma operação de substituição de combustível, em 27 e 28 de agosto.
Desde os ataques israelo-norte-americanos, iniciados em 13 de junho, os inspetores da AIEA tinham sido incapazes de verificar os stocks iranianos, o que classificaram como "um assunto d séria preocupação".
O Egito tem estado a procurar aproximar o Irão e a AIEA.
Em agosto, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano disse que as conversações entre o seu país e a AIEA iriam ser "técnicas" e "complicadas".
As relações entre o governo iraniano e a agência da ONU deterioraram-se fortemente depois dos ataques israelo-norte-americanos.
A AIEA disse em 12 de junho que o Irão tinha violado as suas obrigações de não proliferação, um dia antes de Israel começar a bombardear o Irão.
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