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Maduro diz que EUA têm "plano de guerra" para colonizar a Venezuela

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, acusou hoje os Estados Unidos de terem "um plano de guerra" para "impor a sua hegemonia" no mundo e de enviar militares para as Caraíbas para mudar o regime e colonizar a Venezuela.

Maduro diz que EUA têm "plano de guerra" para colonizar a Venezuela

© Jesus Vargas/Getty Images

Lusa
09/09/2025 22:00 ‧ há 3 dias por Lusa

"O império norte-americano tem um plano de guerra para tentar impor a sua hegemonia política, económica, cultural e militar no mundo. [Mas] É impossível que o consiga porque já surgiu um novo mundo", disse.

 

Nicolás Maduro falava numa entrevista ao programa "Conversando com Correa", do ex-presidente do Equador Rafael Correa, transmitido hoje pelo canal Russia Today Em Espanhol (RT).

"Um mundo multipolar já é um facto. Os novos países potências já são um facto. São potências económicas e são potências militares. A China, a Rússia e a Índia são os três navios almirantes do mundo multipolar. Mas ao lado estão a Ásia, a África, a América Latina", disse.

Sobre o envio, pelos Estados Unidos, de tropas e barcos de guerra para águas das Caraíbas, próximas da Venezuela, numa alegada operação contra o tráfico de droga, Maduro considerou tratar-se de uma "falsa justificação" para colonizar o país, apoderar-se das suas riquezas naturais e insistiu que organismos internacionais como a ONU e a União Europeia garantem que a Venezuela é um país livre de cultivos de droga.

"É uma narrativa falsa para justificar uma ação militar, iniciar uma guerra na América do Sul para [impor] uma mudança de regime e colonizar a Venezuela. E, ao colonizar a Venezuela, colonizar o Caribe, a América do Sul e [por aí] além", disse.

Maduro explicou que "não é o narcotráfico, é o petróleo, é o gás" e precisou que "a Venezuela tem a maior reserva de petróleo do mundo, a quarta maior reserva de gás e tem o que poderia ser a maior reserva de ouro do mundo".

"Tentam com esta narrativa hollywoodiana manchar a República Bolivariana da Venezuela, a sua liderança, o seu Presidente e, ao manchá-lo, tentar uma operação para nos atacar. (...) Temos à nossa frente oito navios de guerra destruidores e um submarino nuclear.  Nunca se viu isso. Nada mais nos lembra a crise de outubro de 62, quando bloquearam Cuba. Agora têm 1.200 mísseis apontados para as nossas cabeças", disse.

O Presidente da Venezuela insistiu que os EUA "não são superiores a ninguém" e que não se pode permitir a imposição do que descreveu como um supremacismo racial, classista, oligárquico e político, porque isso seria um novo colonialismo.

E recordou um alerta feito pelo falecido Papa Francisco de que o mundo se encaminhava para uma terceira guerra mundial.

"A terceira guerra mundial já começou. Eu acredito que sim", disse, vincando que os latino-americanos não querem "a paz imperial norte-americana", mas a da "igualdade, soberania, independência, com identidade nacional e justiça".

No final de julho, os Estados Unidos classificaram como uma organização terrorista o 'Cartel dos Sóis', um grupo que Washington alega estar ligado a Nicolás Maduro.

As tensões entre Washington e Caracas intensificaram-se nas últimas semanas, depois de, em 16 de agosto, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, ter afirmado que os Estados Unidos estão preparados para "usar todo o seu poder" para travar o "fluxo de drogas" para o território norte-americano. 

Caracas recebeu como ameaça a notícia de que Washington enviou para águas caribenhas navios lança-mísseis e 4.000 fuzileiros numa alegada operação contra cartéis narcotraficantes, em resposta à qual Caracas anunciou a deslocação por todo o país de 4,5 milhões de milicianos, componente da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB). 

Hoje, Leavitt reiterou que o Governo de Nicolás Maduro na Venezuela é "ilegítimo" e acusou-o de traficar drogas para os Estados Unidos.

A portavoz da Casa Branca também se referiu ao ataque norte-americano, ocorrido na semana passada, contra uma embarcação proveniente da Venezuela com 11 supostos membros do gangue criminoso 'Tren de Aragua' a bordo.

"Isso envia uma mensagem clara aos traficantes de droga do mundo: o Presidente não tolerará isso. A quantidade de drogas apreendida naquela embarcação poderia ter causado a morte de milhares de americanos. Não permitiremos que esse veneno mortal entre no nosso país", acrescentou.

Caracas rejeitou categoricamente as acusações, condenando o ataque e denunciando uma campanha de manipulação por parte de Washington.

No passado dia 21 de agosto, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou aos Estados Unidos e à Venezuela para que "resolvam as diferenças por meios pacíficos". 

Leia Também: Maduro volta a antecipar festividades do Natal na Venezuela para outubro

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