O exército israelita anunciou hoje ter efetuado um ataque contra "altos responsáveis" do Hamas, pouco depois de terem sido ouvidas explosões em Doha, no Qatar.
"O exército e o serviço de segurança interna [Shin Bet] efetuaram um ataque dirigido contra os altos dirigentes da organização terrorista Hamas", declarou o exército em comunicado, sem especificar o local do ataque.
O exército israelita afirmou que "antes do bombardeamento, foram tomadas medidas para mitigar os danos aos civis, incluindo o uso de munições precisas e informações adicionais" dos serviços secretos e reiterou que "continuará a operar com determinação para derrotar a organização terrorista Hamas, responsável pelo massacre de 07 de outubro" de 2023, de acordo com um comunicado.
"Durante anos, estes membros da cúpula do Hamas lideraram as operações da organização terrorista, sendo diretamente responsáveis pelo brutal massacre de 07 de outubro e orquestrando e gerindo a guerra contra o Estado de Israel", acrescentou.
De acordo com as agências de notícias internacionais e a cadeira de televisão Al-Jazeera, sediada em Doha, vídeos recolhidos na capital do emirado mostram fumo a subir no horizonte.
O canal de televisão relatou que o ataque teria como objetivo uma delegação de negociadores do Hamas que estava reunida para discutir a proposta norte-americana de cessar-fogo na Faixa de Gaza, citando uma "fonte de alto nível" dos islamitas.
O ataque inédito surgiu após o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, anunciou que Israel aceitou a mais recente proposta do Presidente norte-americano, Donald Trump, para um cessar-fogo em Gaza.
O ministro israelita disse que a aceitação da proposta tem como contrapartida a condição de que o grupo islamita Hamas deponha as armas e liberte todos os reféns na Faixa de Gaza.
"A guerra pode terminar amanhã", disse Saar, numa conferência de imprensa realizada em Zagreb, acrescentando que Israel está disposto a aceitar "um acordo abrangente que ponha fim à guerra" desde que sejam cumpridas estas duas exigências.
Este ataque na capital do Qatar surgiu também um dia depois de um atentado em Jerusalém ter provocado a morte de seis pessoas numa paragem de autocarro, um ataque entretanto reivindicado pelo braço armado do Hamas, as Brigadas al-Qasam, embora o Hamas não tivesse reclamado a autoria do ataque.
Depois do atentado em Jerusalém, o Hamas aplaudiu a "heroica operação" realizada por "dois combatentes da resistência palestiniana", indicou em comunicado.
"Afirmamos que esta operação é uma resposta natural aos crimes da ocupação [Israel] e à guerra de extermínio que se abate sobre o nosso povo", afirmou o movimento islamita.
O Hamas advertiu que o ataque "é uma mensagem clara" de que os planos de Israel "para ocupar e destruir a cidade de Gaza e profanar a mesquita de Al Aqsa", na Esplanada das Mesquitas, "não ficarão impunes", segundo o jornal palestiniano Filastin.
[Notícia atualizada às 15h24]
Leia Também: Braço armado do Hamas reivindica atentado em Jerusalém