Alícia Valentina, uma criança de 11 anos, entrou em morte cerebral no domingo, dia 7 de setembro, após ser espancada pelos colegas numa escola em Belém do São Francisco, no Sertão de Pernambuco, Brasil.
O incidente aconteceu três dias antes, na quarta-feira, e terá ocorrido numa das casas de banho do estabelecimento de ensino, mas, segundo conta a mãe de Alícia, ninguém na escola sabe explicar em concreto o que aconteceu.
A mulher contou à TV Globo que uma das professoras lhe disse que uma das câmaras de segurança teria captado o acontecimento, mas a escola não adiantou informação.
"Cheguei à escola, a professora disse que tinha sido dentro do banheiro, mas também não sabia explicar o que aconteceu. Aí disse que tinha dois garotos e uma menina na porta, não sabe se estava segurando, e a filmagem, que ele [um dos rapazes] estava dando um soco", relatou. "Mas ali não foi só um soco, não. Ali foi de pé ou bateu com a cabeça dela na pia ou na sanita", disse.
Foram os próprios funcionários da escola que levaram a criança para o hospital do município, dado que Alícia estava a sangrar do nariz.
Foi já na unidade hospitalar, que a mãe da criança foi alertada para a situação e, depressa, acorreu ao local para estar com a filha.
Alícia foi medicada e, logo de seguida, teve alta.
Após chegarem a casa, a criança começou a sangrar do ouvido, fazendo com que a mãe a levasse de novo a uma unidade hospitalar, desta vez ao centro de saúde da cidade, onde, mais uma vez, teve alta rapidamente.
A dupla regressa a casa de novo e, desta vez, Alícia vomita sangue. Inicialmente no hospital da cidade de Belém do Francisco, é depois encaminhada para um outro a cerca de 80 quilómetros de distância.
No dia seguinte, na quinta-feira, é transportada outros 462 quilómetros para o Hospital da Restauração, em Pernambuco, devido ao agravamento do seu estado de saúde.
"Foram feitos vários exames. Não acusou nada nos exames. Foi feita a TAC, tirou raios-x. E aí aconteceu que o médico falou que era uma lesão corporal no cérebro. Tinha sido uma pancada muito forte. Não tinha sido um soco de jeito nenhum", afirmou, convicta.
No domingo, a Alícia não resistiu e entrou em morte cerebral. Durante todo este tempo, também ela não conseguiu explicar o que a tinha levado àquele estado.
"A Alícia era uma menina doce, não mexia com ninguém, era calma, todo mundo de Belém gostava dela. Então, eu peço justiça por isso. Quem fez tem que pagar. Isso não pode ficar assim", apelou a mãe.
Também o pai da menina de 11 anos garantiu que a filha não era de brigas e mostrou-se mesmo indignado com a violência contra a Alícia, que, no fim, tinha causado a sua morte.
"Minha filha não era de briga. Todo mundo gostava dela. Chegar aqui e bater assim, espancar, né? E vai ficar por isso? Não, eu quero justiça", declarou.
O caso está a ser, neste momento, investigado pela Polícia Civil, no Brasil.
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