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Flotilha para Gaza continua determinada a zarpar apesar de ataque

Vários membros da Flotilha Global Sumud reiteraram terem sido alvo durante a noite de um "ataque com drones" ao largo de Tunes e afirmaram hoje que continuam determinados em zarpar em direção a Gaza.

Flotilha para Gaza continua determinada a zarpar apesar de ataque

© REUTERS/Bruna Casas

Lusa
09/09/2025 13:40 ‧ há 2 semanas por Lusa

"A nossa vontade é mais forte e estamos mais determinados a quebrar o bloqueio [israelita] contra Gaza", afirmou a uma multidão, em Tunes, um organizador tunisino, Ghassen Henchiri, enquanto Nadir al-Nuri, do comité diretor, garantiu à AFP que a partida da flotilha, com portugueses a bordo, continua prevista para quarta-feira a partir da capital da Tunísia.

 

A flotilha (GSF, na sigla em inglês) difundiu hoje um vídeo em que mostra o ataque de um drone ao navio da organização ativista, também com bandeira portuguesa, onde viajam membros da direção rumo ao território palestiniano.

O vídeo, gravado às 00:29 de hoje, mostra a chama de um disparo que desce do alto e a imagem e som de um impacto num dos "principais navios" da organização ativista, o Family Boat (Barco da Família), que pegou fogo na sequência do ataque.

Num segundo vídeo, com uma tomada de imagem de outro ângulo, percebe-se que o ataque quase atingiu dois ativistas que se dirigiam para o local da embarcação alvejada, quando se encontrava atracada à margem no porto de Sidi Bou Said, em Tunes.

A Guarda Costeira tunisina garantiu esta madrugada através de um comunicado que "não existe qualquer ato hostil nem ataque externo".

O motivo do incêndio, de acordo com a investigação preliminar das autoridades tunisinas, é que "partiu dos coletes salva-vidas" do navio.

Os ativistas da GSF acusaram Israel da autoria do ataque em vários vídeos divulgados nas redes sociais.

"Quem é o dono deste drone? Estamos em território soberano tunisino", disse num dos vídeos o brasileiro Thiago Ávila, um dos membros da flotilha atracada em Tunes, onde chegaram no domingo depois de partirem de Espanha no início do mês.

Citado pela agência de notícias EuropaPress, o ativista português Miguel Duarte, membro da flotilha, relatou numa conferência de imprensa em Tunes que, durante a noite passada, estava no convés do barco atacado quando viu um drone "a voar" a cerca de três ou quatro metros da sua cabeça.

"Chamei o resto da tripulação. Dois de nós ficámos ali com o drone a três ou quatro metros acima das nossas cabeças e vimos como ele se dirigia para a parte da frente, ficou alguns segundos sobre alguns coletes salva-vidas e lançou uma bomba, que explodiu e causou uma grande chama", afirmou.

Miguel Duarte indicou que o ataque causou um incêndio a bordo, que foi prontamente apagado com a ajuda de extintores.

"Felizmente, todos estão a salvo. Foi um ataque vergonhoso. Não nos vão dissuadir. Palestina Livre", salientou entre os aplausos dos participantes.

Outro dos representantes da GSF denunciou que "o bloqueio ilegal de Gaza existe há 17 anos" e afirmou que, durante este período, houve "37 outros barcos que foram intercetados ou atacados". "Este é o 38.º barco a sofrer um ataque", lamentou.

"Não esquecemos a razão pela qual estamos aqui. Não estamos aqui por nós. Nós não somos a história. A história é o povo palestiniano em Gaza, que sofre há oito décadas com o genocídio e a limpeza étnica, estruturado num Estado colonial de 'apartheid' de uma ideologia racista e supremacista chamada sionismo", afirmou.

"O que aconteceu mostra ao mundo quem enfrentamos, alguém interessado em impedir a entrega de ajuda humanitária a crianças famintas em Gaza, que tem assassinado trabalhadores de saúde, trabalhadores das Nações Unidas, trabalhadores da Proteção Civil, jornalistas, que tem cometido todos estes crimes de guerra", salientou.

Nesse sentido, reconheceu que a flotilha é "uma missão de alto risco, mas nada comparado com o risco que os palestinianos enfrentam todos os dias em Gaza". 

"Eles têm os drones, a violência e as armas. Nós temos tudo o resto. Temos a história do nosso lado. O povo palestiniano nunca se renderá, nem nós", concluiu.

Leia Também: Catarina Martins exige que UE condene alegado ataque a flotilha humanitária

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