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Diretor de semanário do Níger acusado de "difamar" primeiro-ministro

O diretor da publicação Courrier, importante semanário do Níger, foi acusado hoje de "difamação", após uma queixa do primeiro-ministro, anunciou o seu jornal.

Diretor de semanário do Níger acusado de "difamar" primeiro-ministro

© Shutterstock

Lusa
08/09/2025 23:33 ‧ há 16 horas por Lusa

Mundo

Níger

O Níger é governado há dois anos por um regime militar, cuja repressão às vozes discordantes é regularmente denunciada por várias ONG internacionais.

 

"Ali Soumana foi acusado hoje por um juiz por "difamação e divulgação de informações suscetíveis de perturbar a ordem pública", afirmou à agência de notícias francesa AFP um jornalista da redação do Courrier, que preferiu manter o anonimato.

Soumana também é acusado de "atentado à dignidade humana", adiantou a mesma fonte, que indicou também que o jornalista deverá ser transferido na terça-feira para a prisão de Say, a cerca de 50 quilómetros de Niamey, capital do Níger.

Ali Soumana foi detido no domingo de manhã e colocado sob custódia policial em Niamey, segundo os seus familiares.

Num artigo publicado no final de agosto, o Courrier referiu um caso de "fraude de cigarros", envolvendo "vários milhares de milhões de francos CFA [vários milhões de euros]" e várias personalidades.

O nome do primeiro-ministro, Ali Mahaman Lamine Zeine, foi citado, e este apresentou queixa.

Antes deste caso, outros jornalistas foram detidos no Níger.

Em junho, dois jornalistas da rádio privada Sahara FM, detidos no início de maio em Agadez [norte], foram presos a sul de Niamey por "atentado à defesa nacional" e "conspiração contra a autoridade do Estado".

De acordo com os meios de comunicação do Níger, o Ministério Público de Niamey pediu, no início de setembro, cinco anos de prisão para Hassane Zada, um jornalista de Dosso [sudoeste], acusado de ter proferido, através de um áudio no WhatsApp, comentários "ofensivos" contra o general Abdourahamane Tiani, chefe da junta militar que governa o país.

Segundo a Amnistia Internacional, o espaço cívico foi restringido no Níger desde o golpe de Estado de 2023 e as violações dos direitos civis e políticos aumentaram.

No domingo, uma coligação de ativistas da sociedade civil, próxima do regime deposto, de Mohamed Bazoum, lançou uma coligação denominada G25, denunciando a instauração de uma "ditadura" no Níger e apelando ao "fim do domínio militar sobre o poder".

O Níger ocupa a 83.ª posição entre 180 países no ranking de 2025 da liberdade de imprensa da ONG Repórteres Sem Fronteiras. Perdeu três posições em relação a 2024.

Leia Também: Oito paramilitares mortos e cinco chineses raptados em ataque na Nigéria

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