"O governo de François Bayrou mostrou o que era: um governo sem autoridade e sem projeto", afirmou o partido num comunicado, referindo que a queda do executivo foi uma "prova de verdade" perante um país que não é governado "há meses".
Acusando o Governo centrista de apenas ter produzido cinco textos legislativos em oito meses e de aumentar "a dívida e provocar o défice", o RN (sigla em francês) defende que o Presidente Emmanuel Macron "falhou na sua missão" e que "não se decide a respeitar" os franceses.
"A página do governo Bayrou está virada", escreveu na rede social X o presidente do União Nacional, Jordan Bardella, apelando ao mesmo tempo à "mudança".
Já o vice-presidente do RN, Sébastien Chenu, defendeu na mesma rede social que "a única solução é o regresso às urnas com uma dissolução".
Através de um comunicado de imprensa do Eliseu, Macron disse que nomeará um sucessor para François Bayrou "nos próximos dias" e que receberá na terça-feira o ainda primeiro-ministro Bayrou para aceitar a sua demissão, após ter sido derrubado por 364 contra e apenas 194 de apoio na Assembleia Nacional.
Bayrou convocou a moção de confiança devido à falta de apoio à sua proposta de orçamento do Estado para 2026, muito contestada, em que previa 44 mil milhões de euros de poupanças para reduzir a dívida do país.
É esperado que o chefe de Estado francês escolha um novo primeiro-ministro de direita ou do centro que seja aceite pelo Partido Socialista, que se declara pronto para governar, tentando assim evitar mergulhar a França numa crise política mais grave.
Macron, cada vez menos popular e prestes a enfrentar algumas manifestações que prometem parar o país, poderia ter optado por convocar eleições antecipadas, tal como fez em junho de 2024, sem garantias de ficar com uma Assembleia Nacional menos fragmentada ou com uma maioria mais clara, queimando uma cartada que pode usar mais tarde para um novo Governo.
A França Insubmissa (LFI, esquerda radical) já afirmou que deverá apresentar uma moção de destituição contra Macron na próxima semana, segundo a presidente dos deputados Mathilde Panot, que não deve ser aprovada, estando apenas previstas eleições presidenciais para a primavera de 2027.
Desde o início do segundo mandato de Emmanuel Macron, em maio de 2022, sucederam-se na liderança do Executivo Elisabeth Borne (até janeiro de 2024), Gabriel Attal (até setembro de 2024), Michel Barnier (até dezembro de 2024) e François Bayrou, que esteve nove meses no cargo.
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