"Aplaudimos a decisão do Governo de Espanha de proibir a exportação de armas para a ocupação israelita e de fechar os portos espanhóis aos navios que transportam armas e sistemas militares [para Israel]", afirmou o Movimento de Resistência Islâmica num comunicado, citado pelo jornal Filastin, ligado ao Hamas.
"[A decisão de Espanha] é um importante passo político e moral nos esforços internacionais para deter a guerra genocida, a fome e a deslocação perpetrada contra o povo palestiniano na Faixa de Gaza", referiu o Hamas, numa referência à ofensiva desencadeada por Israel contra o enclave após os ataques de 07 de outubro de 2023 perpetrados pelo movimento islâmico.
"Pedimos a todos os países que exportam armas para a entidade fascista que tomem medidas semelhantes, em paralelo com um aumento de todas as formas de pressão política, económica e legal contra a ocupação criminosa, para forçá-la a parar com os seus horríveis massacres contra civis na Faixa de Gaza, que representam um desafio flagrante à vontade internacional e às normas e leis humanitárias", concluiu.
O presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, anunciou na manhã de hoje um pacote de medidas para "deter o genocídio em Gaza, perseguir os seus executores e apoiar a população palestiniana", entre as quais se destaca a aprovação de um decreto-lei para formalizar o embargo de armas a Israel e a proibição de entrada em Espanha para "aqueles que participam diretamente no genocídio".
Em resposta, o Governo de Israel denunciou que se trata de uma tentativa de "desviar a atenção" dos escândalos de suposta corrupção no seio do executivo espanhol e anunciou sanções contra a terceira vice-presidente, Yolanda Díaz, e contra a ministra da Juventude, Sira Rego, por considerar que ambas ultrapassaram "qualquer linha vermelha" com as suas críticas às autoridades israelitas.
As forças israelitas têm em curso uma ofensiva na Faixa de Gaza que causou mais de 64.600 mortos no território governado pelo Hamas desde 2007.
A ofensiva seguiu-se ao ataque do Hamas no sul de Israel, em 07 de outubro de 2023, que provocou cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.
Israel, que anunciou uma operação para tomar a cidade de Gaza, no norte do enclave, tem sido acusado de genocídio e de usar da fome como arma de guerra, que nega.
A ONU declarou em agosto uma situação de fome no norte de Gaza, o que acontece pela primeira vez no Médio Oriente.
Leia Também: Bruxelas condena ataque em Jerusalém e reitera apelo a cessar-fogo