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AI critica Londres por deter 900 pessoas em protesto de apoio à Palestina

A Amnistia Internacional (AI) acusou hoje o Reino Unido de desprezar o direito ao protesto pacífico após deter 900 pessoas que se manifestaram sábado em apoio ao grupo Palestine Action, ilegalizado pelo governo no âmbito da lei antiterrorista britânica.

AI critica Londres por deter 900 pessoas em protesto de apoio à Palestina

© Getty Images

Lusa
08/09/2025 13:05 ‧ há 5 dias por Lusa

Num comunicado, a diretora de Campanhas e Comunicações da organização não-governamental, Kerry Moscogiuri, indicou tratar-se de um "número impressionante de detidos", o que "marca um novo mínimo no direito de protesto" em território britânico.

 

"É completamente ridículo que a polícia persiga e detenha pessoas por se sentarem e segurarem silenciosamente um cartaz. Enviámos observadores aos protestos e podemos afirmar que as palavras da polícia, que garante que [os manifestantes] se tornaram violentos, são uma deturpação", lamentou.

Moscogiuri defendeu que a marcha foi "totalmente pacífica", apesar de alguns manifestantes terem insultado a polícia. 

"Um pequeno número deles tentou impedir que levassem os detidos, mas não parecia ser uma ação coordenada", assegurou.

"Em várias ocasiões, os agentes da polícia mostraram-se agressivos com os apoiantes do protesto. Isto incluiu empurrar violentamente as pessoas e abrir espaço com o recurso a bastões, enquanto os manifestantes eram detidos e levados para carrinhas da polícia", refere o texto da Amnistia Internacional, com sede em Londres.

A organização recordou que o protesto pacífico é um "direito fundamental" e afirmou que as cenas de sábado constituem uma "demonstração impactante de como as leis antiterroristas estão a ser utilizadas no Reino Unido para reprimir a liberdade de expressão".

Estima-se que cerca de 890 pessoas tenham sido detidas na sequência dos protestos em frente à sede do Parlamento britânico em apoio à Palestine Action.

As forças de segurança alegam que a maioria das detenções, 857, foi realizada ao abrigo da Secção 13 da Lei Antiterrorista aprovada em 2000. As restantes estariam relacionadas com outros crimes, como alegadas agressões a agentes da polícia.

Por enquanto, os detidos que puderam ser identificados foram libertados sob fiança para comparecerem quando forem intimados. 

No entanto, aqueles que se recusaram a identificar-se, bem como os que já estavam em liberdade sob fiança no momento da prisão foram transferidos para as celas da Polícia Metropolitana -- estima-se que sejam 519 no total.

A polícia já deteve mais de 500 pessoas noutro protesto em agosto, no qual, à semelhança do que aconteceu no sábado, os manifestantes empunhavam cartazes de apoio ao grupo, que foi proibido em julho após vandalizar dois aviões numa base militar britânica e bloquear a entrada de uma empresa fornecedora de armas para Israel.

Durante o protesto de sábado, onde se ouviram palavras de ordem como "oponho-me ao genocídio, apoio a Palestine Action", ocorreram episódios violentos, nomeadamente em ruas adjacentes enquanto na concentração principal, na praça do Parlamento, os protestos foram pacíficos.

Na véspera, a polícia alertara que expressar apoio a uma organização proibida é considerado crime face à Lei do Terrorismo e que os infratores seriam detidos.

Leia Também: Ataques israelitas contra posições do Hezbollah no nordeste do Líbano

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