Para além da "extração" de 27 militares, o exército deu ainda conta de que os outros 45 "continuam privados de liberdade" desde a tarde de domingo.
O exército "mantém a sua presença na zona, toma medidas para restabelecer a ordem e garantir o regresso do pessoal" que foi raptado, acrescentou a instituição num comunicado.
Os sequestros de militares e policiais são frequentes na Colômbia e geralmente são realizados por camponeses coagidos ou manipulados por grupos armados, em áreas onde a presença do Estado é fraca.
De acordo com a imprensa local, o sequestro de domingo ocorreu durante uma operação militar no desfiladeiro do Micay, um enclave onde se produz cocaína e onde operam bandos criminosos e o Estado-Maior Central (EMC), um ramo dissidente das ex-Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), liderado por Iván Mordisco.
Cerca de 600 pessoas "impediram" essa missão de "controle das estradas utilizadas para o tráfico de drogas e a mineração ilegal", informou o exército.
"Libertem os soldados, eles podem ser os vossos filhos. As crianças da Colômbia devem abraçar-se e sobreviver aos seus pais", implorou o Presidente colombiano, Gustavo Petro, na rede social X.
"Os camponeses de Micay sabem que é hora de começar a substituir pacificamente as culturas (ilícitas) ", escreveu ainda o chefe de Estado, também ele um antigo guerrilheiro.
O líder de esquerda lançou em 2024 uma ofensiva para retomar o controlo da zona onde ocorreu o sequestro, mas deparou-se com uma forte resistência por parte da população local.
Nesta mesma zona, 57 soldados foram detidos em junho, tendo sido resgatados alguns dias depois graças a uma intervenção militar.
No final de agosto, 33 soldados foram libertados depois de passarem três dias detidos no departamento administrativo de Guaviare (sudeste).
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