As Ilhas Salomão, anfitriãs do encontro e próximas da China, proibiram este ano a maioria dos parceiros não-membros, incluindo Taiwan, de participar nas reuniões do Fórum das Ilhas do Pacífico (PIF), provocando críticas de vários estados insulares da região.
Três países que mantêm relações diplomáticas com Taipé -- Ilhas Marshall, Palau e Tuvalu -- já condenaram a decisão, que analistas consideram ter sido tomada sob pressão de Pequim.
"Influências externas estão agora a ditar quem podemos convidar. Não é assim que as coisas funcionam no Pacífico", afirmou à agência France Presse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Nova Zelândia, Winston Peters.
Taiwan e a China têm disputado influência no Pacífico Sul, onde Pequim investiu centenas de milhões de dólares em infraestruturas, como hospitais, complexos desportivos e sedes presidenciais.
As Ilhas Salomão reconheceram Taiwan até 2019, ano em que romperam relações com Taipé e passaram a alinhar com Pequim. Desde então, os dois países assinaram um controverso pacto de segurança e a China forneceu viaturas e equipamento à polícia do arquipélago, incluindo para uso durante a cimeira.
Pequim já indicou que estará presente na reunião, "de alguma forma", mas fontes neozelandesas disseram à AFP temer que isso leve à fragmentação do Fórum.
"Hoje, a China é o elefante no meio da sala", comentou Mihai Sora, ex-diplomata australiano e diretor do programa para o Pacífico no instituto Lowy.
A cimeira decorre em Honiara, capital das Ilhas Salomão, com sessões maioritariamente à porta fechada. Para além da China, a cooperação em matéria de segurança transnacional deverá ser outro ponto sensível, com vários membros do PIF a defenderem a sua soberania face à crescente presença de potências externas.
O combate às alterações climáticas será outro tema central, após a vitória legal do Vanuatu na ONU, que estabeleceu que os estados podem ser responsabilizados por falharem em tomar medidas adequadas.
Apesar da colaboração em áreas como gestão de desastres naturais, há receios quanto à abertura de alguns países à mineração em mar profundo e à exploração de petróleo e gás.
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